14~Por que tem que ser tão difícil?

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Elizabeth Grimes.
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De onde estou consigo vê-lo, está sentado afiando a faca. Ainda é bem cedo, só eu e ele acordados. Eu estou distante, sentada na cerca, mas consigo ver perfeitamente.

Como se sentisse que estava sendo observado ele levanta o olhar procurando, apenas desvio o olhar para o celeiro. Covarde. É isso que eu sou.

Aquele homem não saí da minha cabeça. Hoje sonhei com aqueles olhos azuis, os sonhos costumeiros foram substituídos por Daryl Dixon. O sonho se tratava de uma floresta, estavamos caçando, eu acho.

Daryl estava concentrado e eu estava logo atrás na reta-guardá, após atirar no pobre esquilo, voltamos a andar mais pra frente.

Depois paramos no que parecia ser uma casa bem antiga, entramos na mesma e nos assustamos com o fato da mesma estar em perfeito estado.

-Caramba!—Falei olhando ao redor.—Nem parece que está abandonada.

-É... mas fica de olho, pode ter alguém.

-Tudo bem, senhor mandão.—Falei susurrando a última parte. Ele apenas soltou um resmungo e andou até a cozinha.

Me joguei no sofá e fiquei olhando o teto. De repente sinto o mesmo empurrando minhas pernas de cima do sofá e sentando alí.

-Qual é? Tem uma poltrona vazia!

-O sofá é melhor.—Falou enfiando um salgadinho na boca.

-Você é insuportável.—Falei me aproximando.—Vou ter que te dar um trato.

Daryl me olhou com as pupilas um pouco dilatadas e sorriu de canto, logo em seguida me puxando para perto dele.

E então eu acordei.

Ele sentia o mesmo por mim? Se sentisse já teria dito, não é?

E se sentir o mesmo, ele vai continuar gostando de mim depois de saber todas as merdas que eu fiz? Maldição!

Aquele homem era uma barra de metal e eu era um imã.

Aos poucos todos foram acordando, se organizando e se alimentando, e eu continuava no mesmo lugar.

-Não vai comer nada?—Rick perguntou se escorando na cerca.

-Tô sem fome.

-Você não tá se alimentando bem esses dias, isso não é bom, você sabe.

-É, eu sei. Mas não posso comer se não estou com fome.

-Tudo bem, mas tente tomar pelo menos um pouco de suco.

-Tá.—Me dei por vencida, sabia que não adiantaria discutir aquilo com ele.

-Espera.—Rick segurou meu braço antes que eu virasse as costas.—Tem algo para me dizer?

Senti minha espinha gelar. Tenho, claro que tenho. Mas não posso contar; ou melhor; não sou eu que devo contar.

-Por enquanto não.—Falei indiferente, não importa quantas aulas de teatro eu tenha feito na vida ou se sou uma boa atriz ou não, Rick me conhece o suficiente para saber se é verdade ou não. Então não vou mentir para ele, vou omitir.

Parece errado, porque é, mas é o melhor a se fazer agora.

-Tá bom.—Falou me soltando.

Andei até o acampamento lentamente. O que era pior? Mentir pro seu irmão ou encarar a pessoa por quem você tinha sentimentos todos os dias? Sentimentos que você não tem certeza se são recíprocos.

Love Between Arrows-Daryl DixonWhere stories live. Discover now