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Elizabeth Grimes.
.Carl saiu do bloco de cabeça baixa e logo atrás vinha Maggie, ela segurava um bebê enrolado em uma camisa e suas mãos cobertas de sangue.
Não vinha mais ninguém, era apenas eles. Me afastei de Daryl andando para perto deles e vi Rick fazendo o mesmo.
-Maggie.—Chamei a Greene e ela se quer olhou para mim. Maggie tinha a respiração acelerada e chorava sem parar.
Olhei para Carl o vendo chorar.
-Carl...—Rick chamou o filho mas o garoto continuou de cabeça baixa.
Senti o nó se formar em minha garganta e minha respiração falhar.
-Não... —Senti as lágrimas quentes rolarem pelo meu rosto. O desespero se espalhava pelo meu corpo.—Não!
Meus joelhos falharam e logo senti o chão. O mundo ficou em completo silêncio e eu não ouvia mais nada além do meu choro. Meu peito ardia e minha cabeça parecia que iria explodir.
Senti os braços de Daryl ao meu redor e uma tentativa de me tirar do chão falha, então ele apenas me abraçou. Escondi meu rosto em seu peito e deixei as lágrimas sairem, eu podia ouvir o choro do bebê distante, apenas o agarrei mais.
Não sei quanto tempo fiquei alí, só voltei para a realidade quando senti Daryl se afastar um pouco e segurar meu rosto me fazendo olha-lo.
-Eu vou sair pra buscar comida pra o bebê, fique com o Pietro.—Após beijar minha testa ele levantou me levando junto.
Vi Pietro se aproximar e me abraçar, me agarrei a ele e senti o mesmo beijar minha cabeça. Pietro me levou para dentro do Bloco devagar e olhei para trás rápido vendo Amy fazer o mesmo com Carl.
Já dentro do bloco me sentei eu um dos bancos e escondi meu rosto nas mãos.
Eu prometi a ela, prometi que cuidaria deles, prometi que não desistiria. Eu tenho que aguentar.
Respirei fundo engolindo o choro e sequei meu rosto. Eu tenho um bebê para cuidar agora e ele não vai esperar eu superar meu luto.
Olhei para a porta e Beth entrava com o bebê no colo, me levantei com calma e andei até ela. A Greene mais nova me deu um olhar apreensivo.
Apenas engoli o choro mais uma vez. Estiquei os braços para pegar o bebê e ela ficou raceosa.
-Lizze...—Disse com calma.
-Me dê meu sobrinho.—Falei o mais firme que pude, tentando esconder minha voz trêmula.
Beth pareceu um pouco surpresa com minha fala e me deu o bebê. Eu não queria ser grossa, mas não tô com cabeça para ficar me desculpando.
Olhei para o pequeno bebê em meus braços, tinha alguns fios de cabelo claros e um rostinho angelical.
-É uma menina.—Carl falou chamando minha atenção.—Você perdeu.
-É, eu perdi.—Falei com a voz um pouco fraca.—Jurava que era mais um menino.
Carl sorriu um pouco e retribui.
-Precisamos vesti-la.—Falei andando até as celas com o bebê no colo e ouvi os passos de Carl atrás de mim.
Entrei na antiga cela de Lori e senti meus olhos arderem, respirei fundo mais uma vez e me virei para Carl.
-Escolha uma roupinha.—Falei para meu sobrinho e ele concordou abrindo uma bolsa, após procurar um pouco ele escolheu um macacão de bailarina.
Sorri e puxei uma fralda da bolsa. Com cuidado eu vesti a bebê e a peguei no colo novamente.
-Pegue uma mamadeira.—Falei e Carl concordou.
Voltando para o refeitório eu sentei com o bebê. Analisei mais uma vez o pequeno rostinho e sorri. Parece um joelho mas é linda, não sei explicar. É encantadora.
-Não parece com você.—Pietro falou um pouco risonho.
-Não mesmo.—Falei no mesmo tom.—Nem chego perto de ser loira.
Carl deu uma risada fraca e eu o olhei. Olhei para todos da sala e então percebi, Carol e T-Dog não estavam alí. Amy e Sophia também não, a loira mais velha deve ter levado a mais nova para um lugar mais calmo.
Lori, Carol e T-Dog, em um dia só. Três perdas e uma vitória.
Respirei fundo mais uma vez e olhei para Carl que encarava a bebê com um sorriso fraco. Senti o vazio imenso que tinha ficado no meu peito ser preenchido de pouco a pouco.
Ouvi o ronco do motor da moto de Daryl e em minutos Maggie entrou com uma mochila, a colocou na mesa e entregou um pote a Beth. Maggie olhou para mim, o bebê e Carl e engoliu seco. Apenas sorri para ela, eu sabia que ela não tinha culpa, ninguém tem.
Daryl entrou logo depois e varreu o lugar com um olhar parando em mim, seus olhos desceram para o bebê em meu colo e sorri para ele. Daryl se aproximou e passou a mão pela minha bochecha com delicadeza e estendeu os braços para a bebê.
Me levantei e passei a pequena para ele com cuidado. Logo Beth veio com a mamadeira pronta e Daryl pegou começando a ninar a bebê enquanto ela comia.
Eu senti meus olhos arderem, mas dessa vez não por tristeza e sim por alegria. Essa é a cena que nunca pensei em ver e a mais linda que já vi.
-Já escolheu um nome?—Daryl perguntou a Carl e o mesmo negou.
-Eu pensei em Lori, Andrea, Carol...—Falou sujestivo. Tirei seu chapéu de xerife e passei a mão em seus cabelos.
-Acho que seria melhor ela ter um nome único—Glenn falou com calma se sentando do lado dele.
Carl levantou o olhar para mim e eu apenas sorri.
-Escolha.—Falei e ele concordou. Olhou pensativo para a bebê que estava no colo de Daryl.—Com calma.
Carl concordou novamente e encostou a cabeça no meu ombro.
-Você tem cara de brava.—Daryl comentou olhando para o bebê e olhou para mim e Carl.—Bravinha, que tal?
Todos riram e Carl balançou a cabeça concordando.
-Eu gostei.—Carl falou me olhando.
-É um ótimo nome temporário.—Falei para o mesmo que franziu as sombrancelhas.—Não está louco de colocar o nome da sua irmã de bravinha.
Carl riu e todos acompanharam.
-Bravinha.—Daryl falou olhando a pequena.
Não parece tão ruim assim.
Olhei para a porta novamente e pensei em Rick. Onde ele estava?
Eu o vi falando com Carl pela última vez e depois ele sumiu.
Espero que não faça nada que o coloque em perigo.
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Love Between Arrows-Daryl Dixon
ActionImagine você, no meio de um apocalipse zumbi, caçando para ter o que comer, matando para sobreviver, e sem ter ideia do paradeiro da sua família. Era assim que Elizabeth Grimes se encontrava. Uma mulher de vinte e sete anos, dona de lindos e hipnoti...