Capítulo sete

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Pedro

Eu realmente não esperava que aquele jantar fosse terminar como terminou. Todos os sentimentos reprimidos dentro de mim explodiram e eu fui incapaz de não beijar minha ex esposa com paixão e saudades. Eu realmente estava morrendo de saudades de tê-la em meus braços, de beija-la, de amá-la.

Mas não podia me enganar achando que voltariámos a ficar juntos.  Manuela e eu nos perdemos no meio dos anos, chegamos em um ponto onde somente a amizade seria saudável, nada mais que isso. Nos últimos meses antes da separação só nos machucavamos o tempo todo, nos agrediamos com as palavras mesmo sem querer, éramos pessoas feridas demais para lutar.

Quando cheguei na casa da minha mãe fui direto para o quarto que havia sido meu até o dia que casei e que voltei quando o casamento acabou, me joguei na cama e cobri o rosto com o braço sento as lágrimas se formando em meus olhos e sem ter nenhum controle das minhas emoções senti as lágrimas molharem meu rosto.

Eu me sentia frustrado por ter permitido que minha família tivesse se destruído, por ver minha filha dividida entre  nós dois, por ver a tristeza nos olhos de Manuela  e por saber que nunca mais seríamos melhores amigos como antes. Nosso casamento tinha tido um final trágico e nossa amizade acabou indo junto e eu não sabia dizer o que me doía mais.

***

Definitivamente não queria ir para o aniversário da irmã  de meu cunhado Fernando, aquela mulher não tinha nenhuma vergonha e se atirava para cima de mim como se eu fosse o último homem do mundo e a reprodução humana dependesse de nós dois.  Manuela simplesmente detestava a mulher, só  faltava arrancar meu braço de tanto que grudava em mim quando via que a mulher estava se aproximando.

Eu só ia mesmo para o evento pela insistência de meu cunhado em me fazer sair e espairecer como se isso fosse possível quando minha cabeça  só conseguia pensar em Julia e Manuela.

Vesti um calça jeans escura camisa social branca e pus um blazer azul marinho, minha ex mulher amava quando vestia peças de cor azul dizia que realçava meus olhos de mesma cor. Mas dizia isso porque não sabia o quanto ficava linda vestindo vermelho, o quanto sua pele clara acendia e seus cabelos negros e cacheados do meio  para as pontas realçavam seu rosto e seus lindos olhos castanhos pareciam faróis de tão iluminados, um brilho que só ela tinha.

Peguei as chaves do carro e dirigi até o espaço de festa que Fernando havia me passado o endereço, estacionei próximo ao local e caminhei até a entrada do lugar. Assim que entrei vi minha irmã e meu cunhado conversando com uma mulher que estava de costas para mim, ela me lembrava alguém, mas não poderia ser quem eu estava imaginando.  Caminhei até eles.

-Boa noite pessoal!

- Boa noite Pedro! -Ela respondeu sorrindo se virando para mim.

-Manuela! - Falei surpreso por vê-la ali.

***

Manuela 

Tive um sono conturbado  naquela noite, mas no dia seguinte levantei depois das 9 horas da manhã fiz minha oração matinal  e já liguei para falar com minha filha.

- Bom dia mãe -Sogra!

- Bom dia minha linda.

-Como está a senhora? E a princesa-fada-bailarinha?

-Estou bem e ela melhor ainda já foi para piscina com o avô.

-Tem como eu falar com ela?

-Espera aí .

-Oi mamãe!

-Oi meu amor, como você está.

- Eu tô  bem, vovô deixou eu comer cholate.

RestituiçãoWhere stories live. Discover now