Capítulo onze

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Meses antes...

Pedro

Quando Manu me entregou a caixinha com o teste de gravidez eu fiquei extremamente surpreso. Era uma loucura termos um filho naquele momento, Julia nem tinha completado dois anos, teríamos agora dois bebês para dar conta. Mas depois de uns 10 segundos olhando para aquele teste todos os medos e temores foram pelos ares.  Era um filho, nosso filho, mais um presente de Deus fruto de um amor que não cabia em nós dois.

Nas semanas seguintes Manu teve uma melhora no humor que sempre estava inconstante, de calma a estressada num piscar de olhos, mas em compensação passou a enjoar tudo. Até o perfume de Julia teve que ser trocado porque simplesmente não conseguia arrumar a filha e usar o perfume dela sem que colocasse tudo que estivesse em seu estômago para fora.

Um dia depois de chegar do escritório deixei as chaves na mesa da sala e fui para o quarto, Julia tinha ido dormir na casa dos pais de Manu e eu tinha combinado de levá-la para jantar. Subi as escadas passo a passo para  não fazer barulho e quando parei na porta do quarto a vi com um montanha de roupa na cama, vestia apenas a lingerie e estava linda com mais curva no corpo, havia ganhado um pouco mais de peso naqueles primeiros meses de gestação, mas ainda assim era a mulher mais linda e atraente do mundo para mim.

Observei por minutos ela pôr e tirar inúmeras peças  roupas algumas até pareciam não serem dela, pois nem subiam  ou fechavam na lateral. Quando a vi sentar na cama e iniciar mais uma das crises de choro já tão constante naquela gestação eu entrei no quarto e abracei  .

-O que foi dessa vez, linda? -Perguntei enquanto sentia suas lágrimas grossas molharem minha camisa.

-Estou horrível! -Falou se afastando enquanto fungava o nariz.

-Você está linda, a mulher mais linda do mundo. -Beijei seu rosto.

-Estou gorda, com um humor péssimo, já coloquei tudo que tinha no estômago para fora não sei quantas vez só hoje, e ...

-Amor, você está passando por transformações outra vez, seu corpo está mudando por causa desse serzinho aqui dentro. -Coloquei minha mão em sua barriga.  -Isso tudo é  só uma fase, quando ele estiver aqui fora mamando esfomeado como Julia era, nada disso vai ser importante. Seu corpo vai voltar ao normal, seu humor também e vamos ser ainda mais felizes.

-E se nada for como antes? - Perguntou me encarando.

- Eu vou continuar te amando do mesmo jeito. -A beijei.

-mesmo se eu nunca mais emagrecer?- Perguntou se  afastando.

-Vou te amar todos os dias da minha vida, linda. Até quando eu quiser não te amar eu vou te amar. Você foi feita para mim e eu para você  e embora pareça clichê e mentiroso.  É a mais pura verdade, você e  eu só fazemos sentido porque estamos juntos e eu vou continuar te amando mesmo que você nunca emagreça, mesmo que você ganhe marcas pelo corpo, mesmo que você continue com esse humor instável, mesmo que  não me ame mais eu sempre vou te amar.
-quando parei de falar Manu já estava chorando outra vez.

- Eu amo você!-falou pulando em mim me dando um abraço apertado.

***
Algumas semanas depois Manu está ainda maior e era bem estranho, pois ao cinco meses de gestação de Julia ela não tinha engordado e sua barriga era bem pequena. Mas daquela vez com quatro meses ela já tinha uma barriga de seis.

-Mamãe, cadê o papai? -Juju perguntou enquanto a mãe lhe dava o almoço. 

Estava trabalhando em dobro, literalmente. Tinha assumido alguns casos de Manu e o escritório que agora era um dos mais reconhecidos do estado estava com uma demanda muito grande e como a gravidez estava deixando Manu cansada e instável e ainda tinha Julia para cuidar decidimos que ela ficaria em casa e que eu daria conta do escritório. 

-O papai já está chegando. Eu também estou com saudades dele. -Manu falou dando mais uma colher da comida de Julia.

Estava na porta da cozinha e nenhuma das duas havia notado minha presença.

-Oi! - Falei andando até  elas.

- Papai!

-Oi meu amor, que saudades da minha princesinha! - Falei pegando ela da cadeira de alimentação e beijando seu rosto.

-Já comeu tudinho?

-Já! -Falou apontando para o prato nas mãos da mãe praticamente vazio.

-Muito bem, pode ir brincar lá na sala . - Falei colocando ela no chão que saiu correndo até o local.

- Boa noite, linda! - Falei beijando sua testa me sentando em uma cadeira de frente para dela.

- Boa noite, Pê!

- Está tudo bem, parece bem cansada?

-Estou um pouco, acabei não conseguindo fazer o jantar, pois a Julia está cada dia mais agitada e fico com medo de deixá-la sozinha e ela se acidentar, me descu....

-Tudo bem, que tal eu fazer o jantar enquanto você deita lá na sala.

- Eu vou acabar dormindo. - Ela falou.

- Eu te acordo com beijinhos. - Falei beijando várias vezes o rosto dela.

-Acho uma ótima ideia. -Falou sorrindo pela primeira vez naquela noite.

-Depois eu vou fazer uma massagem nos seus pés  e você  vai me contar como foi o dia, tudo bem?

-Tudo ótimo. Já disse que te amo hoje?

-já , mas não custa nada repetir.

-Te amo, Pê!

- Eu também te amo linda. - Falei e logo a beijei.

Naquela noite ela me contou como foi seu dia e eu lhe falei sobre os processos que recusei, nós colocamos Julia para dormir e depois de uma oração breve ela adormeceu em meus braços.  Tudo parecia perfeito, mas a manhã seguinte me mostraria que não.

CONTINUA...

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