Capítulo 33

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— No início, eu também pensava que era um sonho, assim como o seu de cair de uma torre de relógio. Eu sempre acordava no meio de uma rua deserta e sem cor, e depois de alguns instantes, me deparava com alguém... Ou uma coisa, com o meu rosto — Explicou Pete, enquanto segurava minha mão.

Para ele, as aparições começaram depois do Aranhaverso, mas o mesmo pensava que era apenas sonhos e acabava ignorando-as. Elas não eram frequentes, mas acabou se tornando quando Karn, o caçador totemico, nos visitou.

— Pete, porque nunca me contou?

— Você já tinha suas preocupações, eu não queria trazer mais outra. E eu virei cinzas por cinco anos, então...

— Devia ter me contado desde a primeira aparição.

— Desculpa — Ele desvia o olhar.

— Tudo bem. Nossa maior preocupação agora são esses caras... Os Herdeiros. Basicamente, são a família do Karn.

— Será que ele está no meio?

— Difícil dizer... Até que uma dessas Tulpas entre em contato de novo, vamos ficar com essa dúvida.

Pete deixou os ombros caírem, sentindo-se frustrado. Ele, que por tanto tempo sonhou com as Tulpas, não tinha se quer uma resposta. Passado alguns minutos, Alissa voltou ao quarto dizendo que eu tinha visitas. Lily, Helena e Paco adentraram e sorriram para mim. Paco correu em minha direção e me abraçou forte, ficando os dois em cima da cama.

— Meu amor! Que saudade!

— Ele não sossegava enquanto não tinha notícias — Disse Helena.

— Me disseram que você trocou de simbionte — Paco comentou, ainda abraçado comigo — O outro era mais legal?

— Era ela e não, não era mais legal. Ninguém supera o Cookie.

— Ah, vamos. Só por que ele é seu bichinho não significa que você tem que ficar paparicando ele.

Dei um leve tapa em seu braço, fazendo Paco rir. Apesar de tudo, eram aqueles momentos que me enchiam de alegria e confiança para continuar.

***

Paco, Helena e Lily ficaram conosco por algumad horas e só foram quando anoiteceu. Alissa queria que eu ficasse mais um pouco, pois queria se certificar que eu estava bem. E a pedido de Peter também, eu fiquei.

Aparentemente, estávamos no consultório do QG dos Vingadores. Por isso não o reconheci logo de cara. O clima ainda não era dos melhores naquele lugar. Prof° Hulk e os outros ainda não tinham se recuperado da morte da Romanoff.

— Acha que tinha outro jeito de pegar a joia da alma? — Perguntei em um tom baixo para Pete — Sem que a Nat tivesse que partir?

— Se tivesse, ela teria o feito.

— Você acha que... Ela... Sofreu?

— Eu espero que não.

— Queria ter conhecido ela. Ter aprendido umas técnicas... — Sorri fraco.

— Ela teria gostado, sem dúvida.

Me sentei na cama, de modo que pudesse ficar de frente para Pete e perguntei-lhe:

— Como ela era? Ela era legal ou tipo assim... Muito séria?

Pete sorriu.

— Ela era legal, tinha senso de humor. Acho que... Quando o Sr. Stark e o Sr. Rogers não estavam, era ela quem estava no comando. Por ser forte e determinada, sabe. Ela conseguia manter a equipe unida.

— Nossa. Parece que estou ouvindo o próprio Barton falar.

— Eles eram uma dupla e tanto. Assim como nós.

— É... — Sorri.

— Ficamos cinco anos separados e você não teve tempo de conhecê-la?

— Não foi tão simples, Pete. Esses cinco anos foram os piores da minha vida. Eu não sabia o que estava fazendo, muito menos com os que estavam a minha volta. Eu... Eu acho que me desliguei de tudo. Deixei de ser quem eu era.

— O que aconteceu você? — Ele coloca sua mão em meu rosto, com um ar preocupado.

Desviei meu olhar do seu.

Era tão dificil olhá-lo nos olhos quando tocávamos nesse assunto. Fiz coisas das quais não me orgulhava e ficar falando sobre elas não ia me ajudar e nem consertar o passado.

— A gente pode... Falar de outra coisa?

— Claro — Ele se afasta um pouco — Eu tenho que passar em casa e avisar a tia May que está tudo bem. Quando tiver alta, devia falar com sua amiga Rose. Ela ficou no apartamento do Wade, mas não acho que seja um bom lugar pra ela.

— Certo, farei isso.

A distância que Peter colocou entre eu e ele acabou me afetando. Ele queria respostas e eu não estava pronta para dizer tudo o que havia passado comigo.

— Quer que eu traga algumas roupas?

Balancei a cabeça, negando. Pete apenas assentiu e se dirigiu a porta. Pensei que ele iria sair sem nem ao menos olhar para trás, mas me surpreendi quando Peter se virou e veio até mim, me dando um abraço apertado.

Retribui no mesmo instante.

— Que bom que está bem. — Sussurrou.

Spider-Gwen - Skrull Invasion - Livro VIWhere stories live. Discover now