8. o momento mais constrangedor da vida

3.5K 409 13
                                    

MALU


- JESUS COROADO! - o Rafa grita ao entrar na casa dos meus vizinhos.

Eu não me sinto muito a vontade de passar a tarde na casa deles mas ficar com a Pê na minha casa sempre acaba atrapalhando o descanso da Nanda. E minha irmã é uma ótima pessoa, quando está com o sono em dia e a barriga cheia. 

O Rafa veio com a gente almoçar, porque segundo ele ainda não estava recuperado do impacto de ver os irmãos na academia. Entrou enquanto eu fecho a porta com a Pê no meu colo. 

- Malu, fica aí que a sala não ta apropriada pros seus olhinhos puros.

- Rafa para de gritaria na casa alheia - falo indo pra sala mas paro na porta vendo o Eros levantando as calças e uma Brenda muito nua se cobrindo com as almofadas do sofá.

- Mano, vocês tavam fazendo o que? - a Pê pergunta na sua inocência.

- Brincando meu amor - ele responde ofegante - só brincando.

- Posso brincar também? - ela pergunta muito animada.

- Gatinha, que tal você vir com o tio Rafa almoçar? - o Rafa tira ela do meu colo e eu contínuo sem reação encarando o Eros - Essa brincadeira do seu irmão você só vai poder brincar daqui a alguns anos... ou nem isso, tendo em vista que você tem 5 irmãos bem ciumentos .

- Bruna, é melhor você ir embora agora ok? - ele diz sem tirar os olhos de mim.

- Bruna minha bunda seu idiota! Meu nome é Brenda, Bren-da! - a voz irritante da Brenda de alguma forma me acorda e depois de olha-la nos olhos eu me viro e vou em direção a cozinha.

Tenho quase certeza que essa foi a situação mais constrangedora que eu já vivi, mesmo tendo sido amiga do Rafa a vida toda nada me preparou para isso.

O Rafa e a Pê já estão com o prato pronto e eu trato de fazer o meu. O Apollo deixou a moça que faz a faxina da casa encarregada de deixar o almoço pronto, o que é perfeito pra mim.

Nós passamos o almoço assim e logo depois o Rafa foi embora. Eu decidi levar mesmo a Perséfone no parque aqui perto, até porque eu nunca mais me sento no sofá dessa casa.

Graças a Deus o Eros sumiu.

Eu vou dar banho nessa garota sapeca e depois de colocar uma roupa nela nós seguimos pro parquinho. Quando to sentada no banco vendo a Pê brincar meu celular vibra e eu abro a mensagem de um número desconhecido:

Boa tarde Maria Luísa, é o Raul da escola. Acho melhor não sairmos mais. Eu agradeceria se você não se aproximasse de mim... Eu... me desculpa mas não posso.

Eu leio e releio a mensagem e não entendo o que eu fiz pra esse garoto. 

Ele vem me chamar pra sair e horas depois vem desmarcar e pede pra eu manter distância? Só tem louco ao meu redor mesmo...

Depois de mandar o print da mensagem pro Rafa e responder um "Ok, sem problemas" pro Raul, eu chamo a Pê e vamos andando pra casa. Ela ta suada e com a roupa suja de terra. No caminho ela pede colo e quando chegamos no nosso quarteirão ela já está dormindo no meu ombro.

EROSOnde as histórias ganham vida. Descobre agora