XXV - A Captura de Nícolas

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Um dos soldados de Merko já havia seguido Nícolas e Tíbor até o armazém que frequentavam diariamente. Ele passou as coordenadas do local para o grupo. Havia um beco onde era possível entrar por detrás do prédio. O pessoal se materializou para a viela deserta e um a um foram se posicionando, depois de conferir seus equipamentos. Esconderam-se em posições estratégicas e tudo ficou em silêncio. Tíbor, Nícolas e Sanches chegaram.

Merko se comunicou com sua equipe, mentalmente:

"Todos aos seus postos. Operação iniciada. Preparem-se e lembrem-se de que não podemos ser vistos. A remoção do garoto deve ser precisa e rápida."

Enquanto Nícolas se trocava no vestiário, Tíbor chegou ao seu lado e disse:

— Eu estou tendo um mau pressentimento, garoto. Seja lá o que for, se houver algum problema, tente se teletransportar para perto de Zara, pois ela saberá o que fazer.

— Deve ser impressão sua, Tíbor. Aqui em New York estamos seguros.

— Não sei não...

Em seguida, Tíbor e Nícolas subiram a escada que dava acesso ao ringue de lutas improvisado. Neste momento, quatro invasores entraram no armazém. Tíbor viu os homens chegarem, olhou-os e ficou desconfiado com o jeito deles, que não tiravam os olhos do garoto. Crom lançou um olhar para os dois soldados ao seu lado e colocou os dois dedos indicador e médio da mão direita em riste apontando as laterais do ring. Eles prontamente se deslocaram para os flancos. Merko e Crom se dirigiram para o centro do local onde ficava o treinamento de lutas.

Ambos os soldados tiraram uma arma paralisante das suas mochilas e começaram a atirar nos humanos que estavam nas ruas por perto. Todos ficaram imóveis como estátuas. Aquela arma tinha o poder de imobilizar a vítima durante cerca de duas horas e depois não era possível se lembrar do que havia acontecido. Agora havia somente duas pessoas no local e a luta estava prestes a começar. Merko partiu para cima de Tíbor que imediatamente se preparou para reagir.

— Nícolas, se teletransporte com Sanches rápido!

Quando o jovem levou a mão esquerda ao seu bracelete que estava no pulso direito, Crom se materializou ao seu lado segurando seu braço e arrancou-lhe o artefato. Um soldado usou um raio paralisante em Sanches.

— Acho que não vai precisar dele, rapaz.

— Seu desgraçado dos infernos!

O garoto começou a pôr em prática o que havia aprendido com Tíbor e deu um soco no queixo de Crom. Este mexeu a mandíbula para os lados e disse:

— Até que você tem um bom cruzado de direita.

Nícolas, mesmo nervoso, não titubeou. Afinal, sua vida estava em jogo e enfrentar aqueles extraterrestres era um caso de vida ou morte. Voltou a atacar seu oponente com outro soco, visando o estômago dele, mas, Crom se desviou para o lado e revidou-lhe com um chute na barriga. O jovem colocou a mão sobre o abdômen que doía muito. Sentiu um pouco de tonteira, mas não titubeou; pulou em cima do rival e, sobre o peito, empurrou-o com as duas mãos contra uma parede. Crom bateu a cabeça contra uma barra de fazer flexões; um filete de sangue escorreu sobre seu pescoço e ele desmaiou. Outro soldado se posicionou atrás de Nícolas segurando seu pescoço para imobilizá-lo. O garoto dobrou os joelhos, deixou o corpo do adversário deitar sobre suas costas, segurou por trás da gola do casaco do soldado e o lançou por cima de si, fazendo-o cair sobre o outro homem que chegava para agarrá-lo. Ambos os soldados estavam caídos no chão sentindo dores, devido à queda. Um deles, que, com certeza, ainda estava vendo estrelas, disse:

— Onde diabos o garoto da Terra aprendeu a lutar dessa maneira?

O outro, atordoado, disse depois de colocar a mão por trás de sua nuca:

Os Filhos do TempoWhere stories live. Discover now