VIII - A Escolha

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Enquanto Zara e Nícolas conversavam sobre a evolução do ser humano, a tripulação entrou em um acordo de que a melhor opção era realmente voltarem para a Terra e se esconderem.

Drako avisou ao comandante:

— Capitão Sivoc, o momento ideal para formar uma passagem espaço-temporal será daqui a algumas semanas. O caminho é uma ponte intergaláctica perto da Lua Calisto, de Júpiter, que nos levará direto ao nosso sistema solar. Mas para que possamos cruzá-la, temos de sair daqui. Não haverá tempo para esperar, do lugar onde estamos agora.

Tíbor continuou:

— Os radares humanos podem nos descobrir, assim como a nave inimiga do Capitão Merko, que está a caminho da Terra. Eles podem facilmente nos interceptar com o cruzador de batalha, mesmo se escondermos a Science em algum planeta próximo.

— Na Terra, podemos nos infiltrar entre os seres humanos e será mais fácil passarmos despercebidos. Esperaremos o dia da nossa partida vivendo uma vida normal entre os seres humanos. A nave pode ficar escondida nos oceanos, que são amplos, e os radares terão dificuldade em nos encontrar se ocultarmos a nave perto de rochas profundas. Será difícil até mesmo para a nave Star Hunter. Quando o Capitão Merko chegar à Terra e perceber que o garoto está conosco virá atrás de nós como a noite vem após o dia — Drako retrucou.

— Drako, coloque a nave em modo invisível agora que estamos a salvo. Precisamos abrigar a Science nas profundezas do mar, fora do alcance dos radares humanos e escondida do nosso inimigo — ordenou Sivoc.

— Sim senhor, Capitão. Vou transmitir as coordenadas de latitude e longitude para nosso computador X2. Vamos procurar um esconderijo no oceano Atlântico próximo à cidade de Tampico, no Golfo do México.

A ordem de descida ao planeta Terra foi comunicada por toda a nave. Até mesmo na sala de máquinas, onde a responsável pelo setor, a sargento Amaya conversava com seu colega Pewse:

— Pewse, você acha que será possível combatermos a nave do Capitão Merko? Tenho ouvido falar que a Star Hunter é imbatível, dotada de artilharia pesada pronta para destruir qualquer inimigo.

— Seria suicídio — respondeu o sargento de engenharia — Se juntassem umas três naves do nosso planeta, talvez seria possível vencê-los.

— A ordem do comando foi que nos escondêssemos deles até esperar o melhor momento para voltarmos ao planeta Vida — disse Amaya.

— Sem dúvida, foi a melhor escolha.

A equipe de Sivoc tentaria despistar o Capitão Merko até chegar o momento certo de voltarem para o seu planeta. Depois de chegarem a um acordo sobre a melhor decisão para cumprir a sua missão, cada um foi para o seu posto. Sivoc, entretanto, andou em direção a Nícolas a fim de conversar. Mentalmente, falou com Zara primeiro:

— O que acha de mostrarmos ao vivo para nosso visitante como nós somos?

— Não sei não, comandante. Talvez ele fique assustado quanto a nossa real aparência. Embora também sejamos humanos, as mutações genéticas que ocorreram com nossa espécie são significantes, assim como as que aconteceram com o Homo sapiens desde o Australopitecos. Mas, ao mesmo tempo, nós estamos o levando para nosso planeta. Sendo assim, Nícolas precisa saber como somos de verdade. O garoto irá encarar a realidade de uma forma ou de outra.

— Sim, ele precisa saber — disse um convicto Sivoc.

No fundo do seu coração, ela queria ter a oportunidade de ficar com ele, mesmo que fosse uma remota possibilidade. Sivoc se virou para o garoto e disse:

— Você está preparado para ver ao vivo como somos?

Nícolas apenas balançou a cabeça concordando. Ele ficou nervoso, pois pensava que ver Zara com a forma humana era o suficiente para ele.

Os Filhos do TempoWhere stories live. Discover now