Os Filhos do Tempo

XXIX - Protocolo Confidencial

A equipe Alfa-Ômega do governo americano começou a investigar os fatos ocorridos no armazém. O local foi isolado pelas forças especiais do exército e uma equipe de médicos da agência examinava todos que de alguma forma tiveram contato com os alienígenas. Os pesquisadores estavam vestidos de uma roupa branca que cobria todo o corpo, capacete também branco com viseira e luvas.

Um laboratório móvel foi instalado no local. A área investigada foi revestida com um material plástico que era hermeticamente fechado, não permitindo a saída de microrganismos que poderiam ser encontrados para pesquisa. Um tubo plástico com o formato de um túnel foi utilizado para entrada e saída do pessoal de apoio. Os peritos também examinavam qualquer vestígio que pudesse ter sido deixado no local. Recolheram fios de cabelo, investigaram se havia radiação nos arredores e recolheram raspas de material das barras de ferro, portas e do chão para levar ao centro de pesquisas itinerante. Um exame minucioso em microscópios de varredura seria feito em busca de sinais dos invasores. Até mesmo o ar do local foi examinado.

Quando as testemunhas pelas redondezas já estavam recuperadas do estado catatônico começou o interrogatório.

O agente Collin começou a ouvir um garoto nas redondezas:

— Por favor, me diga tudo o que você sabe sobre as pessoas que frequentavam os arredores desse lugar.

— Não posso dizer muita coisa porque os sujeitos foram atirando com uma espécie de pistola do futuro. Ela era feita de um material prateado. Os quatro caras que chegaram eram grandes. Deviam ter um metro e noventa e eram fortes. Depois, não vi mais nada.

A agente Ann Soliver ouvia uma mulher que também estava na hora do incidente e esperava o namorado.

— Eu estava sentada ali naquele banco — falou apontando o dedo — os caras apontaram as armas para nós e depois disso eu apaguei. Não vi mais nada. Acordei com dor de cabeça e meio tonta. Agora estou bem melhor.

— Você poderia descrever como eram os homens?

— Infelizmente, agente, eu não vi direito como eles eram — respondeu a mulher não querendo dar detalhes já que estava louca para ir embora dali e com muito medo do que aconteceu.

Após alguns dias de investigação, os agentes resolveram ir embora. Não haviam encontrado nada que fosse relevante. O senhor Ronald Steighem ligou o fato ocorrido no armazém com o que acontecera no Central Park com a telecinese dos bandidos.

"Dois episódios ocorridos em um período curto de tempo e na mesma cidade. Era impressionante e sem dúvidas, havia alguma ligação entre eles."

Alguma atividade nas águas do Golfo do México foi notada pelos radares da Terra, mas não encontraram rastros dos extraterrestres na região. Os agentes da Alfa-Ômega extinguiram as pistas, mas não conseguiram encontrar nenhum alienígena ou prova concreta de sua visita.

O jornalista Andrew Thomas também compareceu ao local e foi impedido de fotografar ou entrevistar as pessoas envolvidas no caso. A imprensa foi proibida de se aproximar, pois alegaram que o caso era de segurança nacional.

— Por favor, me deixem entrar — disse o repórter do jornal The Los Angeles Voice — A imprensa tem o direito de saber sobre tudo o que houve aqui.

— A entrada não é permitida para ninguém — disse o soldado.

Andrew voltou meio desconsertado ao escritório do jornal e reportou o fato a seu chefe que lhe disse:

— Há alguma coisa muito estranha no fato de impedirem o trabalho da imprensa. Disseram que as pessoas ficaram imóveis como estátuas e que foram usadas armas sofisticadas que pareciam não ser do nosso planeta. Como eu gostaria de descobrir a verdade! Andrew, fique atento a qualquer chance de obter informações sobre o caso. Não se esqueça de investigar também o caso da levitação dos bandidos do Central Park. Estou pressentindo uma ligação entre os dois casos. Parece a ponta de uma corda que se puxarmos nos trará um grande presente.

— Senhor Dither, farei todo o possível para investigar os fatos e trazer-lhe boas notícias.

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