XXXII - A Floresta Mutante

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Fizard, ao ver a movimentação no palácio real em sua busca, fugiu para o mais longe possível, apoiado por alguns amigos militares. Enquanto Mirov escapava pelo túnel secreto que o levou até as garras de Merko, o capitão Fizard e seus soldados levaram uma nave do ancoradouro central, a fim de se esconderem também na mesma Floresta Mutante. Ele achou que ali era o único lugar do planeta onde se safaria, pois havia feito o treinamento de sobrevivência na selva com Merko e conhecia o território como a palma de sua mão. Pretendia ficar lá até as coisas se acalmarem no reino de Zador. Para isso, juntou alguns homens de sua confiança e resolveu criar um pequeno exército de renegados dentro da Floresta, no setor 13, um dos mais temidos daquele lugar.

O fugitivo e seus soldados chegaram à região pretendida. A nave de fuga preparou os procedimentos de pouso e eles pensaram que estavam por fim seguros. O que eles não imaginavam é que robôs biônicos, metade humanos e metade máquinas, observavam a chegada dos novos moradores e correram para atacá-los. Répteis com mais de sete metros de altura e dentes afiados também percebiam a movimentação dos visitantes.

— Capitão, vejo alguns pontos se movendo ao nosso redor no radar holográfico — alertou o piloto da nave de fuga. — Serão Merko e seus homens?

— Não acredito que sejam eles; ainda devem estar mobilizados para a captura do Conselheiro Mirov. Ele é o alvo prioritário deles. Analise as coordenadas dos objetos que estão em movimento e mostre-me na tela principal.

Fizard pôde ver cinco seres que perseguiam sua nave. Ele os focalizou e percebeu que eram cyborgs monstruosos de quatro patas. As criaturas faziam muito barulho com suas pisadas fortes estremecendo o chão. Os soldados ficaram assustados.

— Rápido, vamos sair daqui. Levante voo agora — disse o capitão aos pilotos.

Um dos cyborgs pulou e agarrou a nave, desestabilizando-a. O baque da criatura quando os alcançou foi sentido pelos tripulantes e os pilotos ficaram desesperados.

— Prepare o escudo de proteção da nave e crie um campo de ondas sonoras para afastá-los — ordenou a Dargan, um militar treinado por Merko que se aliou ao fugitivo.

Ligado o campo de ondas sonoras, a criatura se desprendeu da nave colocando as mãos sobre os ouvidos tentando se proteger das vibrações ensurdecedoras. Tão logo se livraram deste, outro pulou sobre a nave.

— Dargan, leve mais três homens armados e se livrem dos monstros!

— Sim senhor, capitão.

Dargan se teletransportou com os outros militares e do chão começaram a atirar com suas pistolas laser nos agressores. Mirou o monstro que estava pendurado na nave e o acertou na cabeça. O cyborg caiu e sua cabeça se separou do seu corpo. Este estava liquidado. As outras criaturas partiram para cima deles e com dentes afiados um deles agarrou um soldado e arrancou o seu braço, jorrando sangue. O homem socava o monstro com o outro punho, entre gritos, mas não conseguia se desvencilhar dele. Os demais militares estavam ocupados salvando suas próprias vidas e não puderam fazer nada quando o cyborg se levantou; posicionou-se sobre duas patas como se fosse um humano e devorou o soldado, despedaçando sua carne.

Enquanto eles olhavam amedrontados a força do monstro que matara o soldado, outra criatura, um réptil gigante semelhante a um dinossauro, galopou para cima de um sargento que acabara de cortar a carne de um cyborg com uma lança laser e acreditou que havia vingado a morte do amigo ao acabar com o monstro. Antes que pudesse reagir, o réptil mordeu a cabeça dele, arrancando-a e, por fim engolindo-a. O corpo caiu no chão e o animal feroz segurou o tronco, balançou a cabeça para os lados como que adaptando todo o organismo a sua boca faminta e ingeriu o resto que sobrara do militar.

Os Filhos do TempoWhere stories live. Discover now