X - A Caçada

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O cachorro do vizinho latia, ininterruptamente, parecendo reconhecer o disfarce dos policiais. Lorena abriu a porta atraída pelo barulho. Quando viu os policiais já pensou no pior.

— O que os senhores desejam?

Merko, por um instante, olhou para Lorena e teve uma sensação de reconhecimento. Os dois ficaram parados por um momento, sem saber o que falar, olhando um para o outro. Como eram detetives de polícia, ela imaginou que o conhecesse de algum outro lugar da cidade e, provavelmente, já tinha cruzado com ele antes.

— Senhora, nós viemos aqui justamente para buscar informações sobre seu filho. Houve uma denúncia do desaparecimento dele. Se eu não me engano, foi a senhora que a fez e o nosso chefe pediu que investigássemos pessoalmente o fato. Tem alguma notícia ou informação sobre o paradeiro dele?

— Mas... eu pensei que vocês soubessem alguma coisa a respeito de Nícolas. Ele desapareceu e nós estamos esperando por algum fato novo que possa nos dar esperanças de encontrá-lo.

— A senhora poderia nos dizer onde seu filho estava pela última vez quando desapareceu?

— Ele passeava de bicicleta e era domingo. Geralmente, voltava para casa ao final da tarde. Há quatro dias, não voltou mais...

— Pode nos descrever qual era o itinerário do passeio dele e qual roupa ele vestia?

— Sim. O Nick gostava de ir por aquela estrada que leva ao parque da cidade. — Lorena disse estendendo o braço e apontando o caminho. — Estava vestido com um calção azul e uma camiseta branca com um desenho de uma banda de rock nas costas.

— Seu filho, naquele dia, disse algo sobre alguém diferente que tenha conhecido?

— Ele começou a namorar uma garota nova que apareceu na faculdade e parecia estar vendo passarinhos verdes de tão apaixonado que estava.

— A senhora saberia dizer o nome desta garota?

— Ele ainda não havia nos apresentado a namorada. Acho que queria ter certeza que a coisa iria adiante.

— Obrigado, senhora! As informações foram muito úteis. Nós a manteremos informada sobre qualquer fato novo que venha a ser do nosso conhecimento.

Crom olhou para Merko, levantando as sobrancelhas. O comandante telepaticamente leu a mente de Lorena e verificou que ela realmente dissera tudo o que sabia.

— Até mais, senhores detetives. Por favor, descubram onde está o meu Nick... Qualquer coisa por menor que seja, não deixem de me avisar.

— Está bem, senhora.

Os dois ficaram parados se olhando fixamente. Como se houvesse algo mais a dizer.

— Vamos, amigo! Está tudo bem? Precisamos ir — disse Crom.

Merko arregalou os olhos e voltou a si. Ambos foram embora sabendo que precisavam achar o garoto e cumprir a missão, antes que a vida da princesa se esvaísse. Eles também estavam preocupados em não deixar rastros da presença deles na Terra. Sabiam que havia uma equipe de investigação de extraterrestres, a Alfa-Ômega, que poderia lhes causar problemas. Crom se lembrou das histórias sobre aventuras que Merko contava durante as viagens e havia uma em que um amigo do comandante morrera ao enfrentar esta equipe junto com Merko em uma missão neste mesmo planeta.

A Alfa-Ômega era uma equipe secreta do governo americano responsável por investigar qualquer vestígio de presença alienígena na Terra e arredores. Ninguém no planeta sabia da sua existência, a não ser os militares de alta patente do governo e o próprio presidente. Por estarem vinculados diretamente ao Pentágono, podiam requisitar apoio das forças de segurança nacional. Quando aprisionavam algum espécime, usavam as bases militares secretas do Arizona na área 51 para reclusão e pesquisas.

Os Filhos do TempoWhere stories live. Discover now