Parte 5 Andréia

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O tempo passava incrivelmente rápido na Enterteniment

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O tempo passava incrivelmente rápido na Enterteniment. E sem a presença da irritante Cláudia, o trabalho tinha ficado até mais fácil. Embora eu ainda tivesse que carregar aqueles montes de caixas de um escritório a outro.

O senhor "me chame de senhor" também não tinha mais aparecido no escritório. E também não havia mais cruzado com ele no cartão ponto. Isso era bom. As chances de permanecer no emprego se tornavam maiores.

Mas na quarta-feira, depois que a Cláudia foi embora, eu estava almoçando no refeitório, quando o senhor multinacional entrou. Como sempre vou almoçar quase no fim do horário de almoço, não devia ter mais do que três ou quatro pessoas almoçando.

O tal pegou um prato e foi se servir. Que tipo de gerente multinacional é esse que almoça junto com os funcionários?

Nossa! O tipo de gerente multinacional gato. Ele se serviu e veio sentar do meu lado. Meu lado, meu Deus. Que bom! E que droga! Tinha um monte de mesas vagas, por que ele tinha que sentar no meu lado?

- A sua comida vai esfriar. — disse ele, percebendo que eu havia largado o garfo e a faca no prato.

Como é que eu ia comer macarronada na frente dele? Eu bem tentei. Mas ficava na dúvida se enrolava no garfo ou se cortava. Para piorar, ainda tinha um molho tão maravilhoso. Droga, o mala tinha que resolver almoçar lá justo na quarta-feira que era dia de macarronada? E por que diabo foi sentar justamente do meu lado? Tinham pelo menos mais quinze mesas livres. Desisti. Deixei tudo no prato e levantei. Vou comer uma barra de cereal.

- Você não vai comer o resto? — perguntou ele quando me levantei e fui devolver o prato na cozinha.

- Estou sem fome. — respondi.

Passei na lancheria da empresa e comprei duas barrinhas de cereal. Eu mereço. Espero que não tenha que carregar caixa nenhuma hoje, ou não vou ter forças. Nem vontade. Por que hoje? Justo hoje que a moça da cozinha tinha acertado em cheio no tempero e eu já estava até pensando em repetir. Droga! Respirei fundo e fui para o pátio da Enterteniment sentar e esperar o horário de almoço acabar.

***

- Não acredito nisso. — disse Bel quando contei a ela e a Carmen o que tinha acontecido quando a gente voltou do intervalo.

Bel tinha ficado totalmente chocada.

- Não conheço mais ninguém que tenha falado com ele dessa forma. Isso é o máximo. — completou empolgada.

Carmen, entretanto, não parecia gostar nada dessa história.

- Máximo é ela não ter sido demitida ainda. Por favor, Andréia. Esse emprego é ótimo. Não vai perder por um simples capricho.

Sim, realmente o emprego era ótimo. Tirando as caixas. E o salário então. Realmente nada mau. Eu ganhava mais que a Suzana que fazia faculdade. Mas que capricho, hein? Era o cara que ficava me perseguindo. Que droga! Só porque eu não o chamava de senhor? Me poupe. Senhor era meu pai. Ele era um menino de barba. Se fosse homem, não ficava atormentando a vida das próprias funcionárias.

Justa CausaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora