Parte 10 - Diego

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- E está tudo bem no Brasil, Diego? – perguntou meu tio quando minha mãe passou o telefone para ele.

- Está sim, tio Augusto.

- E sobre a proposta do cliente? Está tudo certo? Vamos fechar negócio então?

- Sim tio, a reunião está marcada. Mas não acho que vender as ações seja uma boa ideia. Elas sobem rapidamente e...

- E o que você entende disso, Diego? – perguntou, me interrompendo. – Você nunca conseguiu tomar uma boa decisão sozinho. Veja só, se arrastou para o Brasil por causa de uma vadia qualquer e agora está sozinho. Se dependesse de você, estaria cheirando a porcos e cavalos. Mas graças a mim, você está impecavelmente engravatado.

Juro que eu não entendia o meu tio. Se ele achava que eu não tinha capacidade para tal, por que havia me dado o cargo? Se não queria minha opinião, por que perguntava?

Às vezes tinha vontade de brigar com ele e dizer todas as verdades que ele merecia ouvir.

Mas não podia esquecer que foi graças a ele que nossa família se reergueu. Era graças a ele que eu tinha chegado até aqui. E podia até ser que eu não estava onde gostaria, mas tinha chegado onde muitos homens nem ousariam sonhar.

- O senhor é quem sabe, tio. – respondi quando ele finalmente parou de falar. – A reunião está marcada e o negócio será fechado, como o senhor deseja.

Desliguei o telefone pouco tempo depois sem entender o que meu tio tinha falado. Ele era um tirano e eu o odiava por isso.

Toquei o telefone contra a parede.

- Ei, Di, o que é isso? – perguntou Andréia ao chegar ao escritório. – O que aconteceu? – insistiu, já que eu não havia respondido.

- Ser empregado é um porre, sabia? – eu disse.

- Eu sei, Di. Eu que o diga. – respondeu rindo e deixou a bolsa em cima da mesa.

- Ei, nem vem. Seu chefe é um cara legal. Ouvi dizer que há alguns muito piores por aí. – disse sorrindo, agora que toda a raiva havia ido embora.

- Há sim. Mas eu aposto que também deve existir outros melhores. – insistiu, ficando ao meu lado.

Virei para ela e sorri ainda mais. Era incrível o poder que a Déia tinha de me animar mesmo nos piores momentos.

- Aposto que nenhum deles tem o meu sorriso. – ela ficou meio vermelha, mas não disse nada. – E agora, vamos trabalhar. Seu chefe também pode ser bem tirano quando ele quer.

***

- Dona Maria, a senhora podia tirar umas folgas. O que a senhora acha? A casa está impecável. Não aguento mais ver a senhora arrastando essa vassoura de um lado para o outro. – disse depois de tomar café.

- O senhor vai me demitir? O senhor acha que eu não estou fazendo meu trabalho direito? – disse quase fungando.

- Ei, dona Maria, sente aqui. – falei, indicando a cadeira na minha frente. – Como demitiria a senhora? Você é minha companheira. Só que eu acho que a senhora poderia descansar um pouco.

- Hum, entendi. Quer dizer que finalmente o senhor vai trazê-la aqui. Quer que eu troque a roupa de cama?

Não me aguentei e comecei a rir.

- Dona Maria, a senhora está muito assanhada. O que a senhora pensa de mim? E o que pensa da Déia?

E então ela deu um sorriso triunfante.

- Então quer dizer que a mulher que roubou o coração do chefe se chama Déia? É um lindo nome. – disse ela levantando e se afastando.

Só então percebi o que eu havia feito. Bem, a quem eu estava querendo enganar? É claro que eu andava pensando muito na Andréia. Muito mais do que eu deveria. Muito mais do que seria saudável. Droga. Onde eu estava com a cabeça? O que eu estava pensando? Ela era minha secretária. E era muito mais nova do que eu. Ainda mais nova que a minha irmã.

Era encrenca na certa. Mas mesmo assim, não pude evitar o sorriso que apareceu em meu rosto assim que me lembrei do jeito que ela sorria e falava. Eu podia tentar enganar a todos. Mas não podia enganar a mim mesmo.


Olá galera, tudo bem? 

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Olá galera, tudo bem? 

O que é que vocês estão achando? Acho que o Di está completamente apaixonado <3 

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Um beijão e até quinta que vem :) 

Justa CausaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora