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                            MARIA MANUELA

Ja tava escuro e eu tava morta mortinha, atravessei a rua quase sendo atropelada por um louco de moto com a Vi e entramos no condomínio.

Manuela: Boa noite, seu Firmino.- disse rindo pro porteiro daqui do prédio.

Firmino: boa noite, dona Maria.- riu tímido e eu revirei os olhos.

Manuela: sem esse Maria pelo amor de Deus.- passei por ele com a Virgínia rindo, ela sabe o tanto que eu odeio o meu primeiro nome.

Entrei no elevador e apertei o botão da cobertura. Sim, gente, eu moro na cobertura.
Quando eu sai de casa eu não quis de jeito nenhum, mas meus pais insistiram muito porque queriam que eu vivesse bem. Ou era isso ou ficava sendo atormentada até aceitar.

A porta se abriu e abri a porta do meu AP. Virgínia se jogou no meu sofá e eu cocei a garganta pra ver se ela teria o senso.

Virgínia: caraca, Manuela, tá pra nascer mais chata que tu.- disse pegando a bolsa do chão e indo pro banheiro.

Manuela: Aaaaaa me erra cu sujo, tá achando que tá na Disney? Tá não, amada! Imunda.- fui pro meu quarto pra tomar um banho lindo.

Odeio demais que sujem minhas coisas, odeio gente suja encima das minhas coisas principalmente encima da minha cama. A Virgínia sabe disso mas foi um século pra fazer isso entrar na cabeça dela.

Respirei fundo entrando no chuveiro me molhando da cabeça aos pés, fechei os olhos e me peguei pensando nos olhos daquele cara da praia. Eu ficaria no comando dele só com uma troca de olhar, de verdade, aquilo me prendeu.

Balancei a cabeça espantando esses pensamentos, eu hein! Terminei meu banho me enrolando em uma toalha azul com dois M. Parei enfrente o espelho e passei meus cremes. Peguei um pijama no closet e sai dando de cara com a Vi jogando um monte de roupa pra sair encima da minha cama.

Manuela: Vai sair?- perguntei vestindo o short sem calcinha e olhei pra ela que riu debochada.

Virgínia: Nós vamos, gatinha.- eu ri alto e terminei de me vestir e me joguei na cama.- não adianta rir não, linda, já até escolhi sua roupa.

Manuela: tô morta Virgínia, a única coisa que eu vou fazer hoje é dormir.- ela revirou os olhos e me puxou.

Virgínia: levanta, sua piranha! Dormir, tu dorme quando morrer, hoje tu vai sair e ver se arruma alguém pra furar esse corinho que vc chama de Pepeca.- eu levantei na força do ódio e fui ver a roupa que ela escolheu.

Manuela: Eu não sei por que eu ainda te chamo pra vir pra cá, toda vez a mesma coisa véi.- resmunguei e cruzei os braços.- mano, como tu me conhece tanto assim? Sabe todos os meus gostos que ódio.- falei quando vi a roupa e fui vestir.

Virgínia: termina aí, vou me arrumar no banheiro.- foi pro meu banheiro e eu já choraminguei sabendo da bagunça que ia ficar depois.

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Não sei se eu tô vivendo ou esperando o momento que a Vi desiste de sair, eu só queria dormir.

Entramos no Uber porque a bonita disse que eu ia me obrigar a beber muito hoje então não ia voltar dirigindo, peguei meu celular e mandei uma mensagem pra minha mãe avisando que ia almoçar lá amanhã, tô cheia de saudade da minha rainha.

Virgínia: Tava com tanta saudade de sair com você, que ódio.- encostou no meu ombro toda manhosa e eu olhei pra ela franzindo as sobrancelhas.

Manuela: a gente saiu sexta feira, garota.- ela riu com cara de sapeca e começou a digitar.

Virgínia: Mas eu já tava com saudade ué. Ó já vou avisando, arruma um bofe porque se tu não arrumar eu vou ter que desmarcar com o gostosinho aqui pra dormir com você.- Terminou de digitar e olhou pra mim rindo.

Manuela: Ué, pode ir ficar com seu bofe, eu durmo sozinha.- falei tranquila e olhei pra ela que fechou o sorriso na hora.

Virgínia: Que dia eu te abandonei por causa de macho, Maria? Paga de louca não.- revirou os olhos e olhou pro lado.

A Virgínia sempre foi assim, ela nunca me deixou de lado por ninguém e quando eu falo ninguém é por ninguém mesmo. E eu sou grata demais por isso, amo minha doidinha.

Se um dia eu precisar de alguém pra esconder um corpo, esse alguém vai ser ela.

Paramos enfrente a Vitrinni e eu revirou os olhos tão forte que achei que não ia voltar pro lugar nunca mais. Odeio esse lugar com todas as minhas forças.

Manuela: odeio, odeio, odeio esse lugar, e você sabe!- desci pegando minha bolsa de ombro preta da Prada e passei na frente dela.

Virgínia: Não fica com raiva, você sabe que eu te amo.- disse com uma carinha de inocente, que de inocente ela não tem nada.

Entramos e eu soube que essa noite ia render, ou no bom ou mal sentindo.

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Até mais.Where stories live. Discover now