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Medelin

Eu olhava a minha família alegre, conversando e me fez sorri. Eu tava feliz demais, tava feliz com a minha mulher e com minha cria que tá vindo, feliz em saber que tanto a minha família quanto a da Manu gostaram da notícia.

Eu ainda tô em choque, porra eu vou ser pai maluco. Tu acha que eu tô acreditando nisso? Tô nada.

Todo segundo eu fico me perguntando se eu realmente vou ser pai.

Eu não podia contar para a minha família antes, porque eu queria que a minha mulher decidisse . Quando ela estivesse pronta ou quisesse contar eu ia aceitar na boa.

Até por que quem tá carregando o nosso filho na barriga é ela, eu acho o mais justo, ela decidir o que fazer. Mas que eu tava doidão pra abrir a boca, eu tava.

Guará: porra irmão, tô feliz demais por você e também por ser padrinho da sua cria - chegou me abraçando e eu retribuí.

Medelin: não tinha como não ser você né meu parceiro, nós tá sempre junto em tudo, temos uma história foda nessa caminhada - falei me afastando.

Guará: vai ser a gente sempre e você tá ligado nisso - balançou o relógio que tava no seu pulso - sempre quando tu não tiver, vou cuidar da sua cria como se fosse minha - falou e eu sorri pra ele, meu irmão é foda.

Medelin: eu sei que vai cuidar, justamente por isso eu te escolhi, meu filho vai estar em boas mãos - olhei pra mesa vendo minha mulher conversando com a minha mãe.

Guará: ter uma família deve ser foda - falou olhando pra Virgínia, esse povo parece que é leigo.

Medelin: você poderia tá formando a sua também, mas que continuar vivendo como um putão - soltei na lata mesmo e ele nem disse nada.

Guará: nessa vida que eu levo irmão não tô podendo me apegar e muito menos construir família - deu uma pausa - eu não tenho nada a perder se eu morrer tendo uma família eu tenho tudo a perder, tem como não meu parceiro - falou dando a mesma desculpa que eu já usei várias vezes, ri em tom de ironia.

Medelin: já usei muito essa desculpa e papo retão, você só tá se enganando com isso, se eu continuasse pensando nisso ,não estaria formando a minha família. - me virei olhando pra ele - Guará eu ainda tenho um medo do caralho de vê minha mulher, minha mãe e minha cria mortos, ou ter que deixar minha mulher me enterrar antes de vê nosso filho nascer, tenho um puta medo de ir pra uma missão e voltar estourado de tiro, medo de deixar eles sozinhos, medo de não vê o primeiro passo do meu filho ou a primeira palavrinha dele - falei sentindo mó bagulho ruim no peito.

Respirei fundo, pensar nisso tudo é mó ruim, o medo que eu sinto sobre isso é terrível.

Medelin: mas a minha família ainda assim, é o motivo pelo qual eu não desisti deles, e muito menos de tentar ser feliz com quem eu amo. O que eu quero dizer é que se tu pensar demais você não vai parar em lugar nenhum, se apegando ou não vai ter sempre alguém que você vai deixar pra trás se morrer, querendo ou não. - falei e bati de leve no seu ombro saindo dali e indo pra mesa.

Sentei no colo da minha mulher que falava com as meninas, vi que o Vuk e a Amanda não estava ali, já me liguei logo no que tava acontecendo, nego acha que eu sou burro.

Senti um beijo no meu pescoço e virei o rosto olhando pra minha gata, dei um selinho na sua boca.

Manuela: eu tô amando a minha família e a sua juntas, se gostaram amor - falou baixo com uma voz animada.

É muito bom que nossas famílias se deram bem demais,  não precisou de esforço algum pra que eles se gostassem.

Medelin: gostei dos meus sogros, não são metidos a merda, botei fé neles - comentei com ela que sorriu.

Ficamos ali em um clima gostosinho entre família, rindo conversando e nossas mães contando histórias de quando éramos pequenos e depois de um tempo a Amanda e o Vuk voltou.

Levantei indo pra cozinha pegar a água que minha narizinho pediu, entrei na cozinha e minha mãe entrou logo atrás.

Lucilene: quem diria em filho, você o cara que não ia amar alguém nem fudendo construindo uma família com uma mulher linda - falou se aproximando com um sorriso no rosto.

Medelin: se me falassem isso a meses atrás eu não acreditaria, mas eu tô feliz demais mãe, tô finalmente conseguindo fazer tudo certo - sorri só em pensar e ela tocou sua mão no meu rosto.

Lucilene: você não sabe o quanto eu tô feliz por você meu amor, eu sempre sonhei em ver o meu menino construindo uma família e sendo feliz, eu tenho medo pela vida que você leva mas eu sei que você vai ter uma família linda lá na frente meu filho, eu tô tão orgulhosa de você meu amor - falou com os olhos cheios de lágrimas e eu a abracei.

Ouvi isso da minha mãe é muito bom, saber que eu tô dando orgulho pra ela é foda, saber que finalmente a minha vida tá indo pra frente me trás uma paz. Era realmente possível ter uma família, e o meu sonho de moleque não era impossível.

Medelin: eu amo você minha velha - beijei o topo da sua cabeça.

Lucilene: eu também amo você meu filho - me abraçou forte e depois me soltou - hoje não é dia de chorar - falou limpando as lágrimas e eu ri.

Medelin: deixa eu pegar a água da dona encrenca pra gente ir pra lá - falei colocando a água no copo e sai da cozinha com a minha mãe agarrada na minha cintura e soltou quando chegamos.

Eu dei a água da minha nega e beijei sua boca gostosa.

Manuela: demorou em vida- falou levantando e eu sentei, ela sentou no meu colo logo em seguida.

Medelin: tava conversando com minha mãe - beijei seu pescoço olhando ela bebendo sua água.

Manuela: uma conversa boa ou ruim? - perguntou curiosa.

Medelin: foi boa pô, ela tá feliz pela gente - falei e ela sorriu.

Continuamos lá batendo papo, até que Dona Flora e Sr.Manuel disseram que tinham que ir embora e foram.

Depois foram todos embora e ficamos só eu e minha gata, estávamos cansados pra caralho e só tomamos banho e fomos dormi.

Até mais.Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang