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Manuela

Voltei pra minha rotina de meses atrás e foi impossível não lembrar do quão bom era antes. Porra, que saudade!

Eu sinto muito por tudo que aconteceu, mas eu tenho que colocar um rumo na minha vida e foi isso que eu fiz! Voltei pra faculdade, entrei na academia, separei muita roupa pra doar pra alguma comunidade e até pensei em mudar de apartamento já que tudo me lembrava ele. Ainda está nos meus planos.

Acordei bem cedo, tomei um banho e me preparei pra academia.

No relógio do microondas marcavam 5:43, e eu tava num pique sem igual das outras manhãs! Tomei meu café, peguei meu fome e sai de casa.

Mais uma vez me senti observada, mas apenas ignorei. Acho que vou voltar pra terapia, minha cabeça ainda tá muito bagunçada e não quero continuar assim.

Atravessei a rua e comecei andar pelo calçadão, o sol já tava bem visível e tinha bastante gente caminhando.
10 minutos e eu estava na academia, treinei e voltei pra casa tomando um açaí puro as 7 da manhã.

Eu preciso real mudar daqui ou mudar algo, tá muito vazio, falta algo.

Tomei meu banho pensando no que mudaria aqui e decidi que adotaria um cachorro ou gato.

(…)

Amanda: Você tá me enrolando, Nunu, pela quarta vez!- disse fazendo um bico que eu ja tinha me acostumado nesse mês.

Manuela: Não to te enrolando, vida! Só tô em uma correria sem fim.- disse deixando meu celular de lado e olhando pra ela.

Amanda: Você tem que viver também, Manuela! Eu sei que você vai falar que viveu 6 meses sem parar, mas não viveu comigo então não é a mesma coisa.- insistiu.

Manuela: E tu quer ir pra onde?- perguntei quase sendo vencida.

Amanda: PPG- abriu um sorrisão e eu entendi por ela tá se referindo a sua casa.- Chama sua amiga, tô louca pra conhecer ela.

Manuela: Ta bom, se é rolê caseiro tá ótimo!- falei achando ótimo ficar em casa.

Amanda: Que ficar em casa, Nunu, a gente vai pro baile.- disse me olhando como se eu fosse louca.- tu vai amar, é o melhor baile do errejota bebê.

Manuela: Meu brilho sumiu rápido demais, zero disposição.- debrucei na mesa e ela revirou os olhos.

Amanda: já concordou e agora você vai!- levantamos assim que o sinal tocou e fomos em direção a saída.- a gente combina tudo e tu vai pra lá a tarde, pode ser?

Manuela: a tarde não dá, vou fazer uns provadores e vou estar em casa umas 19 hrs.- ela concordou e me abraçou.- Vou chamar a Virgínia.

Amanda: chama mesmo, tchau vida.- me abraçou e entrou no carro que parou enfrente a lanchonete que a gente tava passando.

Cheguei em casa bem rapidinho e me deparei com a Virgínia deitada chorando.

Manuela: O que foi meu amor?- passei a mão nos seus cabelos e ela soluçou.

Virgínia: Você tá me trocando! Só fala da Amanda e não me dá mais atenção.- limpou o rosto que tava muito vermelho e eu não aguentei e gargalhei.- Para de rir sua falsa.

Manuela: Não estou te trocando, nunca faria isso!- ela parou de chorar e olhou pra mim ainda soluçando.- Você é a minha pessoa.

Virgínia: Pra sempre?- eu dei um sorriso de lado, eu amo tanto essa garota.

Manuela: Pra todo o sempre.- beijei seu rosto e me agarrei nela ficando de conchinha.

Virgínia: Eu te amo! Não suportaria viver sem você.

Manuela: Eu te amo, vou estar sempre aqui.- fiz um cafuné nela que logo dormiu.

Levantei e fiz tudo que tinha que fazer aqui em casa lembrando da adoção.
Assim que a Virgínia chegou, chamei ela pra ir comigo que foi super empolgada.

Me encantei com um gatinho, mas fiquei preocupada com as minhas calopsitas e continuei procurando, até que achei um cachorro com uma pelagem dourada e de porte grande. Ele brincava com todos é assim que me viu pulou em mim, meu coração se encheu de amor e ali eu soube que era aquela coisinha que eu levaria.

Ele era de raça, nunca foi o motivo de querer levar ele, mas teria que ter muito mais cuidado com ele por ele ter tido um problema de pelagem bem grave que foi o motivo dos antigos donos terem o abandonado.

Gin, foi esse o nome que eu coloquei nele.

Passei em um petshop e comprei tudo que ele iria precisar. Ele veio implicando com a Virgínia o resto do caminho, o que nos rendeu muitas risadas.

Manuela: A Amanda chamou a gente pra sair amanhã.- ela virou a cabeça na velocidade da luz pra mim e eu rir.

Virgínia: Chamou a gente ou chamou você?- perguntou e eu soube que era por ciúmes.

Manuela: Chamou a gente Virgínia, para de ciúmes cara, ninguém vai ocupar seu lugar até porque não está vago.- perdi a paciência com esse ciúmes dela, sério.

Virgínia: Tá Maria, a gente vai.- disse por saber que eu fiquei brava e pelo apelido eu fiquei mais ainda.

Manuela: Não me chama assim, por favor.

Virgínia: Desculpa, eu esqueci.- falou baixo e eu puxei ela a abraçando enquanto o Gin latia e se enrolava na gente.

(…)

Virgínia: Ta pronta?- perguntou calçando a plataforma da anacapri preta enquanto eu procurava a minha dourada.

Hoje foi muito corrido, mas como prometi pra Amanda, me animei e resolvi sair com ela.

Manuela: Quase, viu a minha?- apontei pra sandália dela.

Virgínia: Ta lá na sala, tomei da boca do Gin agora mesmo.- corri pra sala e ele tava tentando pegar ela encima da lareira.

Manuela: Não pode garoto, é caro sabia?- olhei com a cara fechada pra ele que latiu como se entendesse tudo ou me chamasse louca.

Virgínia: Vamos descer, já chamei o Uber.- disse colocando a bolsa no ombro e eu peguei a minha colocando um cartão e meu carregador dentro.

Manuela: Vamos, tranca aí!- sai em direção ao elevador e assim que ela entrou nós descemos.

Novamente me senti observada e procurei, mas não vi ninguém.

O Uber chegou e nós entramos indo em direção ao PPG.

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Até mais.Where stories live. Discover now