ATO I; noites solitárias para corações solitários

12K 1.5K 1.7K
                                    

『ও』

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

『ও』

Espero que gostem. Tenham uma boa leitura! <3

OBS: o capítulo contém cenas de sexo.

『ও』

" eu convoquei você. por favor, venha até mim "

— middle of the night, elley duhé

Era quase meia-noite quando Kim Taehyung saiu do modesto apartamento em que vivia, mais ou menos no centro de Busan, para comprar mais uma garrafa de vinho e uma cartela de Marlboro filtro branco.

Eis alguns fatos controversos sobre Kim Taehyung: Ele não fumava. Nunca. Exceto quando bebia. Mas ele não bebia. Nunca. Exceto quando queria fazer sexo. Mas ele não fazia sexo. Nunca. Ao invés disso, ele observava.

E aquela noite chuvosa começou como todas as outras.

Taehyung deixou a delegacia de polícia após um longo turno investigando um caso morno de latrocínio e voltou para o apartamento no velho Chevrolet Prisma 2010 que ele nunca conseguia aposentar por puro apego emocional. Era o carro do pai, e o pai foi a única figura familiar presente na vida dele. Depois que o pai morreu, Taehyung se recusou a dar ou vender as coisas dele. Vendeu o próprio carro, uma BMW 2015, para não precisar vender o Chevrolet, e embora seus amigos tirassem sarro disso, Taehyung não se arrependia.

Ele chegou em casa cansado. Tirou os sapatos, belíssimos sapatos sociais que foram um presente de um amigo querido que acabou se aposentando depois de uma operação desastrosa anos antes, e soltou um daqueles suspiros de alívio que arrepiam a nuca. Ele afrouxou a gravata, desabotoou alguns botões da camisa social e arrancou o terno pesado e levemente úmido da chuva, colocando-o no cabideiro da entrada.

Finalmente, mergulhou os pés descalços no carpete cinza, e foi como um novo fôlego. Seus ombros descansaram, mandando toda aquela postura ereta e séria para a puta que pariu. Em casa, Taehyung era outra pessoa. Irritantemente sério, estranhamente metódico, mas menos estressado. Em casa, às vezes, ele conversava sozinho, só para se certificar de que ainda não tinha perdido o jeito de socializar com pessoas normais, porque os policiais, principalmente seu capitão, eram insuportavelmente mesquinhos, e Taehyung precisava sempre se sobressair no meio deles, precisava sempre mostrar quem realmente era ali; um detetive esforçado com um currículo espetacular. E isso era, sinceramente, muito exaustivo.

E era ainda mais exaustivo lidar com as piadinhas.

Sempre caçoavam dele. Diziam que ele era certinho demais. Fechado demais. Diziam que provavelmente ele não transava. E, sim, Taehyung não transava com frequência, mas isso não significava nada. Ele era assim. Se relacionar era difícil. Estressante, até. Não tinha tempo para isso. Seus dias eram tão curtos, estava sempre trabalhando e quase nunca percebia as horas passando. Às vezes, ficava dias acordado. Às vezes, apenas cochilava. E, às vezes, simplesmente apagava na mesa de jantar. Transar era cansativo e Taehyung precisava poupar energia para o trabalho.

Fantasmas nos Lençóis | taekookWhere stories live. Discover now