Capítulo 15

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Anastasia

— O que você fez, Christian? Puta que pariu. — eu berro com ele assim que estamos seguros dentro do SUV.

Por sorte os fotógrafos e repórteres já foram e ninguém presenciou a cena tensa dentro do auditório, mas isso não garante que o Carrick vá ficar em silêncio.

Christian suspira tranquilamente e relaxa contra os bancos de couro, desfazendo o nó da gravata na maior naturalidade possível.

Arqueio uma sobrancelha e cruzo os braços, esperando por uma resposta verbal. Taylor ocupa o lugar do motorista e os dois trocam olhares através do retrovisor antes do carro sair do estacionamento.

Ainda é cedo mas a chuva torrencial faz parecer quase noite, o céu nublado e tempestuoso igual o meu humor.

— Christian, eu estou falando com você.

— Eu ouvi, Coelhinha. — ele sorri e pisca, colocando a gravata vermelha ao redor do meu pescoço.

Christian lambe os lábios e puxa as duas pontas, inclinando o meu corpo o suficiente para ele conseguir alcançar os meus lábios e me dar um beijo casto.

Por que eu escolhi levar as coisas
com calma e naturalidade?

A ideia inicial era surtar de manhã, dizer que tudo não passou de um erros e pedir que ele se afastasse, mais ou menos como o clichê que debochei.  Mas ao contrário disso eu decidi que seria uma menina grande e assumiria as minhas atitudes, não brigaria com ele e usaria o argumento do sexo casual para conseguir sair pela tangente.

Não sei em que momento eu me tornei estúpida e simplesmente esqueci que estava frente a frente com Christian Grey.

Por que acreditei que conseguiria blefar na cara dele eu não sei, mas claramente falhei nas tentativas e o bastardo está se aproveitando disso.

Preciso afastá-lo e reassumir a direção dos meus desejos mas porra, a boca dele tira toda a minha concentração.

Deplorável, Anastasia.

Apenas deplorável.

Christian enfia a mão no meu cabelo e tenta aprofundar o beijo, a língua ansiosa forçando passagem mas eu me afasto antes de ceder completamente e cair em desgraça.

Tudo bem, nós transamos e foi fantástico mas é só isso; uma transa casual entre duas pessoas que estavam com tesão, ponto.

Agora cada um segue seu caminho, ninguém atrapalha os planos de ninguém e a gente continua fingindo que se suporta.

Ele ri e tenta me alcançar novamente, mas deslizo minha bunda pelo banco até pressionar as costas na porta, um espaço considerável surgindo entre nós.

Christian revira os olhos e me encara quase apático, os dedos brincando com os botões da camisa social.

— O discurso do arrependimento virá agora? — dou de ombros fingindo indiferença e desvio meus olhos dos dele, observando as gotas de chuva baterem e rolarem pelo vidro.

— Eu te disse que estou meio velha para essas merdas. Surtar depois do sexo é coisa de adolescente.

— Ótimo, Anastasia. Vamos então manter isso em mente e expressar as nossas opiniões de maneira civilizada igual fizemos hoje de manhã.

Por que ele não pode simplesmente esquecer que nós dormimos juntos?

Lanço um olhar cheio de censuras na esperança que isso seja suficiente para ele calar a boca, mas Christian ignora e continua com a mesma expressão impassível.

Mr. President Where stories live. Discover now