Capítulo 21

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Anastasia

— Eu sou uma piada para você, Christian? Por que não tem a mínima condição dessa merda ser real.

Ignoro os meus olhos embaçados e empurro e peito dele com mais força, conseguindo finalmente afastá-lo de mim. Christian tenta me alcançar novamente mas corro para o outro lado da cama, usando-a como proteção.

Quanto mais longe ele estiver mais em ordem as minhas ideias estarão e com mais clareza vou conseguir pensar.

Christian suspira e passa as mãos nervosamente pelo cabelo, o rosto assumindo um rubor sutil.

— Não é piada, Anastasia, estou sendo sincero. Não me aproximei de você com esse intuído, admito mas te ter por perto trouxe os meus sentimentos à tona e essa é a verdade. Sou apaixonado por você desde que nos esbarramos naquele corredor.

Ele não pode estar falando sério.

Isso é fodido demais.

— E desde quando você tem conhecimento desses sentimentos por mim? — Christian faz uma careta para o meu timbre exasperado e bufa.

— Nós vamos nos casar em quarenta e cinco minutos, Anastasia. Podemos falar disso mais tarde?

— Eu não tenho certeza se vou me casar com você, Christian então pode começar a falar. Quando?

Ele geme e cai sentado no colchão, apoiando os cotovelos nas coxas e o queixo nas palmas das mãos.

— Desde que te roubei aquele beijo na noite de ano novo, eu acho.

Espera, o quê?

— Você tinha sentimentos por mim mas mesmo assim foi embora sem nem mesmo se despedir? — jogo uma almofada na cabeça dele e Christian geme, esfregando a nuca. — Puta que pariu, que tipo de doente sádico você é?

— Eu sei que errei, Anastasia. Não estava nem mesmo nos planos estar me declarando para você assim mas saiu e até me sinto mais tranquilo. — ele olha para mim sobre o ombro com uma expressão cansada. — Eu fiz muita merda e não estou me inocentando disso, só estou te pedindo tempo e compreensão. Vou te contar o que quiser, Ana, só tenha um pouco de paciência comigo.

A cara dele abala totalmente a minha confiança e eu me odeio um pouco mais por isso.

Envolvo meu corpo com os braços e caminho até às janelas, a chuva lá fora ficando ainda mais forte e barulhenta.

— Eu acho que na sua cabeça tudo não passa de frescura ou qualquer coisa do gênero, mas o que voce fez me machucou muito, Christian. Você melhor do que ninguém sempre soube dos meus problemas em confiar nas outras pessoas, a minha dificuldade de deixar homens se inserirem no meu círculo de convivência. Eu me abri para você, compartilhei coisas que não voltei a contar para mais ninguém porque por um momento me senti bem na sua presença. Até que eu acordei na manhã seguinte numa cama fria e vazia e descobri que te ligar ou mandar mensagens seria inútil porque você provavelmente tinha coisa melhor para fazer do que me aguentar.

Não percebo as lágrimas até que elas estejam rolando pelo meu rosto e molhando o cetim chique e caro do meu vestido de casamento.

O vidro reflete a minha imagem perfeitamente e por um momento me sinto uma idiota fenomenal com essa roupa.

Por que nós estamos fazendo isso, afinal?

Era para ser um casamento por conveniência, nenhum drama e sentimento envolvidos exatamente para evitar problemas como esse.

— Eu sei que te machuquei, Ana. O que eu fiz foi covardia, um homem de verdade não se comporta daquela forma mas teve um motivo, baby.

— Então me fala qual foi, Christian. Já que você começou a esclarecer as coisas pode continuar, estou curiosa. — me viro para ele e sustento a pose mais forte que consigo.

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