Capítulo 23

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Anastasia

São oito da manhã de uma segunda-feira e o Christian já está com um diabo na bunda.

Desde ontem ele está nervoso e impaciente. Passamos o dia juntos e foi bastante agradável, mas ele parecia a quilômetros de distância, o pensamento longe o suficiente para me deixar temerosa.

Será que ele se arrependeu de ter se casado comigo?

Não que eu esteja preocupada, é só um casamento por conveniência.

Ai, Anastasia, cala a boca.

Aperto o Carter contra o meu peito e beijo a cabeça dele, protegendo as orelhas do berros ensurdecedores do Christian.

— Onde eles estão, caralho? Eu disse oito horas, já são oito e cinco e até agora nada. — ele entra na sala com o rosto vermelho e gravata frouxa, os gritos ainda mais altos.

— Eles acabaram de chegar, Christian. Já estão subindo. — Elliot vem logo atrás, mantendo o tom de voz o mais amigável possível.

— Os filhos da puta não conseguem nem mesmo ter comprometimento com horário, como vou confiar a segurança da Anastasia à eles?

Epa, minha segurança por que?

— Adoro descobrir uma fofoca direto da fonte. — Christian me encara sobre os ombros e aperta os olhos com força, uma careta surgindo. — Eu não seria informada disso, certo?

Ele suspira e sorri, caminhando na minha direção à passos rápidos. Se senta ao meu lado no sofá e beija a minha testa, acariciando as costas do Carter.

— Claro que saberia, baby, não vou esconder nada da minha esposa.

— Então? — arqueio uma sobrancelha e ele suspira.

— Contratei dois novos seguranças que ficarão à sua disposição sempre que eu não estiver por perto.

Porra, não.

— Christian, não seja ridículo. Nós só andamos juntos, os carros são blindados e o apartamento extremamente seguro. — ele morde o lábio inferior e nega enfaticamente com a cabeça.

— Tudo ficará mais frenético agora, Ana. Não poderei estar com você o tempo todo e tenho medo de que alguém tente se aproximar e te tirar de mim.

— Tipo o seu pai? — arrisco a ironia mas o rosto dele fica assustadoramente pálido, os olhos arregalados. — Foi só uma piada.

— Eu sei. — ele suspira e me dá o sorriso mais fingido do mundo. — Eu só quero zelar pela sua segurança, Coelinha. É a minha obrigação de marido proteger, cuidar e te fazer feliz.

Estreito os meus olhos para ele mas Christian me ignora e toma o Carter dos meus braços, embalando-o que nem um bebê enquanto beija a barriga gordinha.

— Acredite, Ana, seguranças são essenciais agora. — Elliot murmura do mesmo lugar que estava durante a discussão dele com o Christian e eu assinto em silêncio.

Deus, até esqueci que ele ainda estava aqui.

O elevador soa e as portas se abrem. Mia é a primeira a sair com um sorriso gigantesco e sacolas da Magnolia Bakery nas mãos. Ela faz uma careta engraçada e olha discretamente sobre o ombro para os dois homens enormes vindo logo atrás.

Ambos são altos, fortes e com rostos pouco amigáveis.

Christian salta do sofá equilibrando o Carter contra o peito e me estende a mão esquerda, me puxando para ficar de pé. Os homens se aproximam com passos silenciosos e fazem uma mesura modesta.

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