Daniel Mason
Passo no apartamento de Anna pontualmente às seis horas. Suas amigas me fazem todas as recomendações como se Anna fosse filha delas e isso me deixa feliz porque sei que ela é querida e bem cuidada onde mora, mas confesso que elas me assustam um pouco.
No caminho para o hotel, faço algumas advertências sobre ter paciência com Vanessa porque neste dia ela fica especialmente mais insuportável e eu conheço bem o gênio de Anna. Ela concorda e passa o resto do trajeto admirando a paisagem pela janela.
– Daniel – ela para diante do saguão e suspira. Ela está um pouco pálida.
– Tudo bem? – me aproximo e seguro seu braço para sustentá-la caso caia.
– Sim, é que... Esse lugar é lindo. Gostaria de me hospedar aqui algum dia – seu rosto se ilumina e ela sorri.
– Suas coisas estão numa das suítes reservadas – sorrio discretamente.
– Obrigada! – ela deposita um beijo em minha bochecha – Eu vou vestir meu uniforme agora.
– Você tem a manhã toda livre. Preciso que me acompanha na revisão de alguns detalhes. – ela me olha desconfiada então acrescento: – É bom para aprender.
Assim passamos algumas horas passeando pelo hotel. Mostro parte da decoração do evento e também algumas das piscinas, o que a encanta imediatamente. Seu rosto fica lindo com qualquer expressão e diversas vezes ela pergunta por que eu a olho como um bobo. Quero poder dizer que era porque eu a amo, porque seus olhos brilham de uma maneira que me encanta, porque sua boca está constantemente me chamando para beijá-la.
– Opa – ela coloca as mãos sobre a barriga – acho que tem alguém com fome por aqui.
– Hora do almoço então – sorrio ao perceber mais uma vez como ela é simples.
Sob muitos protestos, eu a guio para o restaurante do hotel. Só quando eu afirmo que já está tudo pago e que não tem volta é que ela finalmente sossega.
Escolho uma mesa um pouco afastada. Embora os jornalistas que vão cobrir oficialmente o evento não estejam por aqui é sempre bom tomar cuidado com os urubus dos sites de fofoca. Com o escândalo que vai ser o divórcio dos meus pais, não quero arrumar mais dor de cabeça com notícias de uma suposta traição da minha parte – mesmo que eu já tenha beijado Anna e que esteja gostando dela.
– Não vai comer? – ela deposita o garfo na borda do prato e me encara. Eu sequer tinha percebido que os pedidos já estavam diante de nós.
– Sim, claro – parece que fui pego com a mão na massa. Ou melhor, com os olhos na massa. Quer dizer, não que ela seja uma massa nem nada, é só... Deixa para lá.
Ouço aquele som irritante de saltos batendo contra o piso. Quando ele se torna mais próximo a voz de Vanessa invade meus ouvidos:
– Achei que você fosse me buscar em casa – ela resmunga toda melosa.
– Eu tinha muita coisa para resolver.
Ela olha em volta até parar em Anna.
– Tipo almoçar com seus empregados? – debocha – Está na hora de trabalhar, garota. Vai depressa!
– Termine de almoçar, Anna – ordeno assim que ela se levanta, a comida ainda pela metade no prato.
– Com licença, eu preciso ir – ela olha irritada para Vanessa e se vai antes que eu possa dizer mais alguma coisa.
JE LEEST
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RomantiekAnna Smith sempre foi uma garota "família", o que nunca a impediu de se meter em muitas confusões na pequena cidade de Esmeralda. Quando completa 20 anos, Anna se muda com suas duas melhores amigas de infância para St. Mary, a cidade grande, sob a c...