Quando Violet acordou, ela estava em um quarto de hospital. Podia dizer isso porque as paredes, os móveis, as cortinas, tudo era branco. Ela precisava parar de desmaiar o tempo todo. Tudo bem que na primeira vez ela tinha sido atacada por um demônio, e nessa segunda... bom, ela ainda não estava pronta pra se lembrar do que quer que tenha acontecido dessa vez.
— Violet? — a voz preocupada de Bryce surgiu a seu lado, e ela se deparou com sua figura sentada em uma cadeira extremamente desconfortável, ela supôs. — Como você está? Precisa de alguma coisa? Uma água, um suco? Devo chamar o médico, as enfermeiras...?
— Calma, Bryce — ela riu diante da preocupação excessiva do amigo, tossindo em seguida. — Eu estou bem. — ela fez um esforço para se sentar na cama, sendo auxiliada por Bryce. — O que aconteceu?
— Você não se lembra? — ele a olhou... irritado?
Violet pensou em deixar que o amigo lhe recordasse, mas ele parecia um pouco irritado, então ela tentou descobrir por si mesma. Não precisou forçar muito a memória para se lembrar do ocorrido. As lembranças giravam em sua mente como um filme. O jantar, o restaurante, o fogo... Leon.
— Leon — foi a primeira coisa que ela disse, olhando apavorada para Bryce. — Onde está Leon?
— Ah, ela realmente se lembrou — resmungou ele. — Então você admite que saiu mesmo com esse cara, enquanto eu pensava que você estava em casa, segura? — ele começou a andar de um lado pro outro, nervoso. Violet poderia rebater se quisesse, mas tudo que ele dizia era a mais pura verdade. — Você não sabe como eu fiquei desesperado quando eles me ligaram daqui do hospital falando de você! Eu achei que era até um trote — ele cruzou os braços, olhando-a atravessado. — Você tem sorte que eles não ligaram pra sua mãe, porque meu número estava em suas últimas ligações. Eu tive algum tempo pra acalmá-la.
— Mamãe está aqui? — ela sussurrou, se sentindo culpada por provavelmente ter estragado os planos de viagem da mãe.
— Mas é claro que ela está! — Bryce explodiu. — Eu liguei pra ela assim que cheguei aqui. A propósito, eu disse que era seu irmão pra que eles me deixassem te ver, aquela coisa de só poder entrar quem é família. Sorte a minha que eles nem verificaram — ele disse. — Sua mãe está lá embaixo pegando um café. A coitada deve ter passado a noite em claro aqui com você.
— Noite? — ela olhou pela janela e constatou que já era dia. — Quanto tempo eu estou aqui? — perguntou, a voz esganiçada.
— Umas 12 horas — ele inclinou a cabeça. — Você está se sentindo bem?
— Perfeitamente — ela respondeu, sincera.
— Eles disseram que a fumaça foi um pouco demais para os seus pulmões, então você perdeu a consciência — ele foi explicando. — Mas que você ficaria bem. — completou, aliviado.
— Bryce — ela falou baixinho pra que ele se aproximasse. — Aquele fogo... aquilo não foi espontâneo. Alguém causou aquele fogo.
— Como sabe disso? — Bryce levantou as sobrancelhas, curioso.
— Era fogo mágico — Violet lembrou-se da energia pesada que sentira quando tentara acabar o incêndio. — Eu e Norah temos praticado controle do fogo. Alguém estava manipulando aquele fogo todo, eu sei disso.
— Não foi você? — ele arriscou.
— O quê? — perguntou indignada. — Claro que não!
— Bem... — Bryce pareceu envergonhado. — Talvez seus poderes tenham saído de controle...
— Não fui eu — ela falou, veemente. — Eu não arrisco a fazer feitiços com tantas pessoas por perto, exatamente porque ainda não sei controlá-los direito.
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Supplicium [Completo]
ParanormalViolet tem uma vida aparentemente normal, até o dia em que conhece Leon Hawthorne. Clamando por sua ajuda, ele insiste em dizer que ela é a única capaz de romper a maldição que o condena a morrer e reviver, num ciclo imortal que nunca se quebra. Mes...