seven

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Aquele dia seria muito longo para todos daquele hospital. Louis ainda se encontrava no quarto de Harry, apenas observando seus traços delicados em silêncio, eles se olhavam, o menino mesmo com vergonha e bochechas coradas/molhadas pelo choro de mais cedo não tirava seu olhar do mais velho. Por mais estranho que isso pareça ser, Harry se sente seguro em conversar com Louis, de certa forma ele sabe que o psicólogo não irá o ferir como sua irmã fazia. Louis sempre tem palavras doces e reconfortantes, coisa que o menor sentia de sua mãe, mas acabou após a mesma ser manipulada por Gemma. Ou seja, assim que Harry se fechou para todos, Anne apenas ficava em seu canto, mesmo sofrendo, sua filha não a permitia se aproximar do garoto. Anne era submissa à Gemma por medo.

O que pode ser cruel na visão de inúmeras pessoas, para Gemma é completamente normal.

Louis põe sua mão sobre a pequena de Harry, passa o dedão sobre a testa da mesma, ainda sem quebrar contato visual. O mais velho da um sorriso e levanta a pequena mão, levando seus lábios ao pequenos dedinhos do cacheado, beija um por um ainda o olhando. Harry abaixa a cabeça pela vergonha. Louis solta sua mão com lentidão e volta a fazer seu trabalho.

— Então, Harry... Você se sente confortável o bastante para conversar comigo? — ele pergunta receoso. Harry assente e toma fôlego.

— Eu espero não me perder. Costumo ser um pouco atrapalhado em falar, mas tudo bem. — ele respira e volta a falar. — Minha irmã nunca gostou de mim. Eu lembro que quando éramos menores e eu queria brincar com uma de suas bonecas ela não deixava, ou então por pura vingança quebrava meus carrinhos. Eu nunca consegui entender isso muito bem, afinal, o que fiz? Minha mãe... Eu não sei o que falar sobre ela. Sempre tive uma impressão vaga sobre minha mãe, ela não é ruim, ela tenta se aproximar, mas eu não quero. — ele sussurra a última parte. — Não gosto de pessoas ao meu redor, ou de demonstrações de afeto.

— Por que não gosta que as pessoas se aproximem de si, Harry? — Louis pergunta.

— Acho que pelo fato de nunca saber o que falar, ou então por não saber se serei aceito. As pessoas tendem a ser cruéis, elas mal sabem que suas palavras afetam.

— E seu pai? — o mais velho pergunta olhando a ficha que estava em seu colo, percebendo que havia um nome faltando a ser citado pelo garoto.

— Eu não o conheci. — ele murmura brincando os dedos nervosamente.

— Por que?

— Gemma diz que ele foi embora assim que eu nasci. Ela disse que eu era muito feio e que ele não gostou de mim, por isso foi embora.

A voz de Harry começou a embargar e Louis percebeu que aquele era seu limite. Eles haviam progredido, Harry confiou em si para contar certos detalhes de sua vida, coisas que até então ninguém sabia. Ele estava orgulhoso de seu trabalho, mas ao mesmo tempo destruído pela forma como o garoto era tratado em casa. Casa é algo que deve nos confortar, nos trazer paz e segurança, onde Harry mora pode se chamar de Quarto do Pânico.

— Harry, eu já lhe disse que é maravilhoso. Você é incrível. Do seu jeito. Todos nós somos diferentes, mas ao mesmo tempo iguais. Sua irmã não é melhor que você em sentido nenhum. Uma pessoa que fere a outra pra aumentar seu ego não pode ser considera superior. Só prova o quão imatura e insensível ela é. E eu espero que você enten... — uma vibração no bolso de Louis interrompe sua fala. Ele apenas ignora e quando tenta voltar a falar sente de novo, e de novo, e de novo. Ele fica irritado. — Querido, espere só um segundo, preciso resolver isso. — ele diz levantando o celular. — Desculpe.

Se levantando da cadeira confortável, ele vai até o canto do quarto, desbloqueia seu celular e vai até as mensagens. Ele mal pode acreditar o que elas dizem.

Philophobia - l.s Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum