eleven

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— Preciso cuidar da transferência de um paciente. Fique aqui e atenda os telefonemas.

Geoff se prepara para sair, seu filho revira os olhos impaciente e assente. Ele não é uma criança, sabe cuidar das coisas enquanto seu pai está fora, ele sabe como deixar as coisas em ordem.

— Eu sei de tudo isso, Geoff. — diz seco e apoia os cotovelos na mesa.

— Tudo bem. — ele suspira e pega o blazer cinza que está em cima de uma das cadeiras. — Não faça besteiras, filho.

Liam dá uma gargalhada de sarcasmo e o mais velho sai. Agora é a hora em que o rapaz gasta pensando em coisas ruins e nada produtivas. Ele já tem 29 anos e não vai para a frente, sua vida congelou a exatos 4 anos atrás, e não há alguém para recuperar todo esse tempo perdido. Seus pensamentos são interrompidos pelo toque irritante do telefone, Liam o pega com tédio.

Eu quero fazer uma denuncia anônima.

— Denúncia? — ele franze o cenho. — Sobre o que seria?

A fuga de um dos seus pacientes.

Em um estalo Liam se lembra de toda aquela conversa com Niall, e então junta os pontos. Niall precisava entrar no quarto para tirar Harry de lá. Mas para quê?

— Isso é impossível. — diz cético. — Nós temos uma segurança de ponta. Nenhum de nossos pacientes jamais sumiu.

Vá até o quarto 450 e você verá.

E então a linha ficou muda, apenas a respiração ofegante de Liam se fazia presente. Se Niall realmente ajudou Harry a fugir, isso poderia acabar com sua carreira profissional e destruir seus planos, então qual o motivo de se arriscar a esse ponto?

Deixando essas dúvidas de lado, ele se levanta a começa a caminhar de um lado para o outro. Já era para ele ter acionado a segurança do hospital, mas não o fez. O conflito interno se espalhou pela mente, afinal, ele iria fazer o mesmo com Olivia, mas se arrependeu e na manhã seguinte a encontrou morta no quarto, suicídio. Foi a pior dor de todas, e se o garoto saiu para ir ver Louis, Liam não tem forças para contestar, mesmo se arriscando, ele não irá falar com ninguém.

Pela primeira vez em anos Liam Payne pensou na felicidade de alguém além de sua própria dor.

-x-

No outro lado da cidade, mais precisamente no apartamento de Louis o casal se encontra extasiado, corações acelerados, bocas secas e mil vibrações no estômago. Louis mal pode acreditar nas palavras ditas por seu menino. Ele disse que o ama, não nessas exatas palavras, mas é algo grande de qualquer forma. Harry tem um sorriso tímido em meio às lágrimas, ainda com a cabeça apoiada no peito de seu protetor, que tem os braços ao redor de seu corpo.

— Harry... — ele diz com voz de riso. — Eu não sei o que dizer.

— Não precisa dizer nada. — murmura e leva as mãozinhas curiosas para a clavícula exposta de Louis e passa os dedos pela tatuagem ali.

— Eu amo você.

O amor que ambos sentiam preenchia qualquer tipo de dor e solidão. Estar nos braços um do outro no momento era o que mais importava, nada lá fora era relevante, nem mesmo saber que Louis pode ser preso e nunca mais exercer a profissão, isso não importa. Talvez as almas estejam conectadas e não é preciso palavras para descrever o que Harry e Louis sentem, seus olhos transmitem tudo isso, toda a paz necessária e toda fonte de alegria, porque por mais dolorido que seja enfrentar o passado, tudo que envolva o amor e o afeto se resolve.

— Me beije, Lou.

Tentando espantar a vergonha para fora de seu corpo, Harry faz esse pedido, ele sente necessidade de provar dos lábios de seu amor, os lábios doces que dizem palavras tão lindas e reconfortantes. Com os olhos arregalados e meio atordoado pelo pedido, Louis assente, afinal, desde a primeira vez que viu o menino quis o beijar. Harry se afasta do calor do corpo do mais velho e levanta a cabeça para olhar aquelas íris azuis, se aproxima devagar e Louis leva sua mão para o bochecha alheia, fazendo um carinho, o menino fecha os olhos aproveitando a sensação gostosa e por fim Louis conecta seus lábios. Apenas um encostar de lábios, Louis espera o tempo de seu menino, ele sabe que Harry está tenso. Ele entreabre os lábios e Louis invade a boca do menino de cachos com sua língua, passando por seu lábio inferior e explorando seu interior. Harry geme baixinho e o mais velho se condena pelos pensamentos impuros. É um beijo calmo, de amor. Quando o ar se faz necessário Louis suspira e os separa, voltando a colar os lábios em três longos selinhos.

Philophobia - l.s Where stories live. Discover now