thirteen

1K 99 43
                                    

O corpo quase sem vida permanece no colo do menino. As respirações ofegantes, os olhos arregalados em espanto, todo aquele sangue ao redor do pequeno Harry. Os gritos de ódio de Gemma são como leoas ferozes defendendo seus filhotes, ela mais do que nunca quer matar seu irmão. Harry apenas está de boca aberta com o choro preso na garganta, ele quer puxar o corpo para seu peito, mas está em pânico e não é capaz de fazer nada, tudo é um borrão para ele.

São precisos dois policiais para conter a garota aos berros, ela está irredutível, um dos policiais vai por trás e puxa seus braços, tirando a algema e prendendo Gemma, enquanto o outro a segura pelo ombro e logo após os dois a empurram para fora, a loira chuta, grita, soluça.

— VOCÊ VAI PAGAR, SEU VERME! — direciona as palavras raivosas à Harry. — QUANDO EU SAIR DE LÁ, A PRIMEIRA PESSOA QUE IREI PROCURAR SERÁ VOCÊ E PODE TER CERTEZA QUE SEU FIM SERÁ IGUAL AO DELA!

Harry abaixa a cabeça soluçando forte, enquanto lágrimas gordas rolam por sua bochecha, ele deveria estar com medo de Gemma, mas não está. Nada faz sentido para ele, apenas consegue ouvir bem no fundo os pedidos de ajuda de Louis e Geoff. Seus olhos finalmente se prendem aos quase fechados da mulher.

— M-mamãe... M-mãe...

— Oh, querido... — geme de dor e comprimi os olhos. — Eu te a-amo... Tanto...

— Shh... Não faça esforço, os médicos estão chegando... — sussurra e acaricia o rosto da senhora.

— Me desculpa por não ser a melhor mãe do mundo. Mas eu tentei, curly. E-eu t-tentei.

— Eu te amo, mamãe. Sempre. — confessa chorando com o rosto enterrado no pescoço de Anne.

— O-onde está o doutor Tomlinson?

Louis que até então estava em pé, parado, em choque, se desperta ao ouvir seu nome sair da boca da mulher debilitada. Com muito esforço caminha até onde os dois estão e se ajoelha ao lado do corpo de Anne.

— Eu estou aqui.

— O-obrigada p-por c-cuidar... Do meu f-filho... — sua voz saiu baixa e lenta, Louis apenas assente sentindo as lágrimas inundarem seus olhos. — Tire ele daqui, p-por favor...

— Eu irei tirar Harry daqui. Eu prometo.

Um silêncio se instala entre os três, Geoff anda de um lado para o outro impaciente, até que sai do quarto gritando por médicos no corredor e deixa os quarto sozinhos. Anne geme de dor, vira a cabeça para o lado e com muita dificuldade leva a mão esquerda até o rosto de seu filho, secando suas lágrimas.

— Me desculpe por tudo, meu amor. Eu queria ter feito mais, ter... T-te dado mais a-mor... — Harry nega freneticamente e põe sua mão por cima da mão de sua mãe. — Eu te a-

Os olhos de Anne ficam vidrados e então se fecham, se fecham para a eternidade, fazendo o menino entrar em desespero total.

— Mãe? Mamãe?! — ele sacode o corpo da mulher. — Mamãe, a-acorda... Por favor... Louis, por que ela não está acordando? Mãe... Não... Por favor...

— Eu sinto muito, Harry. — Louis sussurra e vê a expressão de horror do menino. Liam do outro lado olha tudo calado, ele sabe o que Harry está sentindo.

Os médicos chegam e Harry se recusa a deixar eles fazerem a remoção do corpo, chorando muito enquanto se agarra a mãe e suja toda sua roupa de sangue. Ele não quer entregar sua mãe à eles, ele quer abraçá-la, dizer o quando a ama, tudo que não pode dizer e fazer. Ela foi arrancada desse mundo de forma cruel para o salvar. A dor no peito do menino é tamanha. Nem mesmo Louis consegue o fazer ficar calmo, Harry se balanço para trás e para frente com a mãe em seus braços, com a cabeça em seu pescoço. Mais médicos chegam para cuidar de Liam, o levam de lá e Geoff lança um olhar significativo para Louis.

Philophobia - l.s Where stories live. Discover now