Philophobia - l.s

twelve

A julgar pelas faces assustadas de Niall e Louis, o clima não estava nada fácil. Geoff não parece ter vindo para uma simples conversa, sua postura está ereta e seu maxilar travado, demonstrando superioridade, os braços cruzados e sobrancelhas arqueadas. Mesmo com a pouca altura, consegue assustar qualquer um com seu ar superior. Louis está com medo, um medo que nunca o percorreu antes, nem mesmo quando seus pais o rejeitaram, nem mesmo nas noites em que Mark chegava bêbado e o agredia, nenhum desses acontecimentos se compara com o que ele sente agora. O desespero de perder seu menino, de o tirarem de seus braços e que o tratamento de Harry será totalmente terrível, lá os enfermeiros apenas fazem seu trabalho, nada de dar amor ou compaixão.

Geoff sempre foi o pai que Louis nunca teve, todos os anos de amizade com Liam resultaram nisso, ele até chegou a morar na casa dos Payne, mas assim que completou a maior idade comprou o apartamento e foi morar com seu ex noivo, para então ter uma vida infeliz. Mas ele sobreviveu, mesmo se afogando por diversas vezes, ele sempre pensava de novo, e sua decisão foi uma das melhores em anos, largar a vida triste e largar Mark. Ele queria poder contar tudo isso à Geoff, mas depois que ele e Liam se afastaram, o contato entre Louis e o diretor morreu um pouco. E é como se ele tivesse decepcionado um pai, porque é isso que o homem a sua frente é. Ele é seu pai de coração.

De todas as atitudes que Louis esperava, a que menos se encaixava era um abraço. Mas foi exatamente isso que Geoff fez. O abraçou. Largando a pose, abraçou Louis, quase o esmagando em seus braços. Ele estava confuso e por isso não retribuiu, apenas lançou um olhar para Niall que também estava bastante confuso. Ele entra e puxa Louis pela mão, o loiro entra depois e fecha a porta ainda sem entender.

— Eu estava morrendo de preocupação, Louis! — diz exasperado. — O que tinha na cabeça para fazer tal coisa? — Louis abre a boca para responder, mas é interrompido. — Minha preocupação aumentou quando pensei que Liam pudesse chegar aqui antes de mim, mas parece que ele não vem.

Harry está ao lado da escada, seus olhos verdes estão embaçados pelas lágrimas que estão lutando para não caírem. Ele também está com medo, encolhido ali no canto, como se quisesse desaparecer, mas sente olhares sobre si, e abaixa a cabeça. Louis vendo como seu menino está, vai até o mesmo e levanta sua cabeça, beija seus cabelos e sussurra "Vai ficar tudo bem." Ele agora sente isso. Afinal, Geoff o abraçou e isso quer dizer que ele não irá tomar nenhuma atitude tão ruim assim.

— Niall? — ele chama o loiro encostado na porta. — Leve Harry lá para cima? Precisamos conversar. — olha para o mais velho, Niall assente e caminha até eles, pega nas mãos de Harry e sobe, desaparecendo no corredor.

Ele volta a sala e se senta no sofá, o diretor se senta também.

— Pedi para que Liam ficasse cuidando das coisas para mim ontem à noite, precisava resolver algumas coisas. Nada saiu do controle, mas todas as ligações ficam gravadas e quando fui ouvir, — ele pausa e respira. — era uma denúncia, Louis. Alguém ligou para lá avisando que Harry havia fugido.

A mente de Louis roda e um calafrio percorre sua espinha. Ele sabe que foi Gemma, ele está convicto disso. A raiva o invade e ele tem vontade de socar uma parede, ou alguém.

— Foi a irmã de Harry.

— Eu não sei, Louis. Realmente não sei, apenas sei que precisamos o levar de volta.

— O que?!

— Filho, entenda. — coloca sua mão no ombro de Louis. — Se não levarmos Harry ainda hoje as coisas podem piorar. Vamos fazer assim, levamos Harry, eu prometo não dizer nada, é errado, mas você precisa ser feliz pelo menos uma vez, isso que estou fazendo por você era o que sempre quis fazer com Liam. — suspira. — Continuando, o levamos agora como se nada tivesse acontecido, você poderá o visitar quando quiser, mas o mantenha lá e iremos resolver sobre a liberação dele na justiça. O que acha?