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As mãos do enfermeiro cabelos tingidos estavam suando após desligar a ligação de seu amigo. O que Louis pediu é algo que pode o prejudicar, prejudicar seu trabalho e até refletir para o resto de sua vida, mas não há nada que ele possa fazer, é Louis que está pedindo, quase implorando para pelo menos ter Harry uma vez, nem que essa seja a última vez. Niall sabia o quão quebrado seu amigo estava, como seu interior estava ferido e somente o menino de cachos poderia juntar suas peças, seus cacos de vidro, um por um, e formar Louis Tomlinson de novo.

Ele precisa falar com Liam, que voltou a ser o psicólogo de Harry, mas mesmo sendo da ala psiquiátrica, é filho do diretor e tem influência entre os policiais que ficam em frente ao quarto do menino, então precisa da autorização de Payne, o que talvez não seja tão fácil, já que o mesmo vive de mau humor e não sorri para nada e nem ninguém, é correto até demais e chega a ser insuportável. Ele não tem culpa do que aconteceu, nem Niall e nem as demais pessoas. Ele tem poucos minutos para enrolar o ex amigo e dizer o motivo de querer ir a essa hora no quarto, por sorte hoje seria plantão de Liam. Niall o viu preenchendo alguma ficha perto da recepção do andar onde o menino fica e caminhou até lá.

— Liam?

— O que quer, enfermeiro? — ele diz áspero e permanece de costas. Niall revira os olhos.

— Preciso ir ao quarto de Harry Styles lhe aplicar uma medicação. — diz a primeira coisa que veio a sua mente. — Quero que me autorize a entrar.

— Você quer? Não tem querer aqui, enfermeiro. Já passou do horário das medicações, o paciente do 450 está sob supervisão e fui notificado de que recebeu todas as medições do dia.

— Escute aqui, Payne. — Niall eleva a voz e Liam se vira. — Eu não quero saber, você me deve mais do que pode contar nos dedos, eu realmente não quero ser obrigado a socar a sua cara e entrar naquele quarto a força, pare de ser um merda e deixa o garoto receber uma visita ao menos! Nós não temos culpa se você não sabe superar e vive remoendo passado. — dispara sem nem pensar e deixa o homem a sua frente de boca a aberta. — Libere minha entrada.

— Eu não vou fazer isso sem um bom motivo.

— Deixe que Harry seja feliz, Liam. Ele está sentindo o mesmo que você no passado. — suspira e comprimi os olhos. — Confia em mim. Se você ainda tem um resquício sequer de consideração pela amizade que já tivemos, me deixe ver o garoto.

— Ok.

Diz por vencido, ele está em conflito, não sabe o que Niall quer fazer, mas Liam só está tão cansado de lutar contra tudo e todos que apenas pede para uma das recepcionistas abrirem a porta do 450, uma delas aperta em um botão vermelho ao lado do número do quarto e Niall ouve o conhecido barulho quando uma porta é liberada. Um sorriso de ponta a ponta se forma em seus lábios, ele está orgulho do homem a sua frente.

— Obrigado, Liam.

— Só vá antes que eu me arrependa.

Doutor Payne voltou a preencher algumas anotações, tentando se convencer de que aquilo que acabou de fazer não era errado e que por mais duro e frio, ele ainda considera o amigo louro, e sabia que tudo isso era por causa de Louis. Niall segue pelo extenso corredor e então vira à direita e olha volta para trás da parede e prende um grito. Um policial moreno é enorme está parado ao lado da porta e não parece ser nada amigável, então o rapaz se lembra das instruções que Louis lhe deu: há dois policiais e eles trocam de turno a cada seis horas, 00:15a.m é quando eles trocam pela última vez até o dia seguinte, tendo um espaço de quarenta e sete segundos até a chegada do novo policial, logo, eles só têm quarenta e sete segundos para conseguirem passar pelo brutamontes. Louis também havia lhe dito para emprestar uma calça jeans e um jaleco para Harry, assim eles teriam mais chances de sair se o menino fosse confundido com algum médico ou enfermeiro.

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