Capítulo 4

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      Quando minhas malas chegaram, decidi ir à biblioteca do templo. Lá com certeza teria muitos livros de poções raros e exclusivos. Deixei minhas coisas no meu quarto temporário e, assim que ia sair, ouvi batidas na porta. Não fiquei muito contente quando abri.
    —Akira, né? — sorriu. Empurrei a porta para fechá-la, mas ele a segurou. — Calma aí, aonde vai?
    —Se importa com a minha vida agora? — passei por ele e fechei a porta.
    —Ah. — veio atrás de mim — Me desculpa pelo que aconteceu mais cedo, mas eu precisava proteger a espada.
     Continuei andando pelo corredor do templo, ainda com o manto branco por cima da roupa.
    — Eu vim aqui te convidar pra ir beber na Taverna do Anões, eu pago.
     Parei de andar e me virei para ele.
    —Você paga? — perguntei.
    —É a obrigação de quem convida, né? — sorriu de um jeito que era quase impossível negar qualquer pedido dele.
    —Tá, eu vou. — abriu mais o sorriso — mas não tente nenhuma gracinha.
    —Longe de mim fazer isso. — levantou a mão na altura dos ombros — Você não respondeu pra onde estava indo.
    —À biblioteca, quero uns livros de poções que só tem aqui. — andamos em direção à porta.
    —Você costuma fazer poções?
    —Eu faço o que posso. — sorri.
    —Aliás, Zig Macnafall. — estendeu a mão para mim e sorriu encantadoramente mais uma vez.
    —Akira Swain. — dei minha mão e ele a beijou.
    —Então, você é a elemental do Fogo, né? Eu sou o elemental da Água.
    —É, eu percebi mais cedo.
    Zig ficou calado até a porta, que se abriu após as criaturas tirarem nossos mantos.
    —Swain... — sussurrou, chamando minha atenção — Você é filha de Mary Swain?
    —Não, sou aprendiz. — me senti triste — Ela teve apenas um filho, mas o pai o roubou quando era bebê.
    —Entendi... — percebeu o clima tenso e tentou mudar de assunto.

***

    Já estávamos perto do portão da cidade, ele veio tentando puxar assunto o caminho inteiro. Zig era muito interessante e galanteador, mas continuava sendo um estranho para mim.
    Ao tentar passar pelo portão, dois guardas nos impediram.
    —A cidade está fechada para visitantes, estamos aguardando os elementais chegarem. — disse um deles.
    —Somente eles podem entrar. — o outro completou.
    —Somos elementais. — disse Zig.
    —Precisamos que mostrem a Marca Elemental, ou não poderão entrar.
     A Marca Elemental é um sinal que todo elemental possui, ela serve para provar nossa autenticidade elemental em situações como essa.
    —Ótimo. — meio envergonhada, tirei meu casaco e levantei a na parte de trás. Mostrei minha marca bem rápido, abaixei a blusa e coloquei o casaco de volta.
    —Marca nas costas? Que azar. — riu e levantou a blusa, mostrando a marca com diversas cicatrizes no abdômen definido. Muito bem definido, inclusive.
    Não pude deixar de olhar seu corpo bem estruturado, e ele pareceu ficar orgulhoso e satisfeito quando percebeu que eu olhava.
    —Muito bem, podem entrar. — abriram caminho.
    —Nos desculpem. — disse o outro.
    —Sem problemas. — Zig respondeu.
    —Espere, você é Zig Macnafall? — o da direita pareceu encontrar um grande ídolo.
    —Sim, sou eu. — sorriu.
    —É um prazer te conhecer. — falou.
    —Somos grandes admiradores. — o da esquerda completou mais uma vez, como se um precisasse do outro. — Passem, por favor.
    Zig teve um momento de carisma e fama com os guardas, como se fosse totalmente acostumado a encontrar fãs aleatoriamente. Provavelmente era.  

O Elemento Oculto - A BuscaWhere stories live. Discover now