Capítulo 11

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     Depois de saírmos da banheira, nós duas fomos para nossos quartos. Tomei um banho rápido e jantei com ela, Zig me encarou o jantar inteiro, mas eu apenas o ignorei. Quando terminei de comer fui dormir finalmente.
                                                                               ***
     Acordei com um passarinho bicando a janela. Me sentei na cama sonolenta e exausta. Com certeza teria ficado mais tempo daquele jeito, mas precisava me arrumar. Levantei e olhei pela janela um pouco, a manhã estava ensolarada, raios de sol refletiam nas damas-da-noite fechadas, dando-as brilho e contraste.
     Coloquei minha roupa de couro – era sempre melhor para lutar – e meu tênis preto confortável. Escovei os dentes e, quando ia pentear meus cabelos, ouvi aquela voz familiar do outro lado da porta:
     —Akira, está pronta? — soou abafada.
     —Vá embora, Zig. — respondi.
     —Olha, me desculpa por ontem, eu... Será que podemos conversar sem uma porta entre nós?
     Hesitei em abrir a porta, mas nós iríamos lutar juntos, então abri e o encontrei encostado no batente da porta. Seus olhos continuavam luminosos, seus cabelos estavam um pouco molhados e seu perfume estava tão forte quanto eu lembrava. Ele levantou a cabeça e olhou nos meus olhos, me causando um frio na barriga. Naquele momento eu quis abraçá-lo e dizer que era impossível ficar com raiva dele. Acho que teríamos contínuado nos encarando por mais tempo de eu não tivesse dito:
     —Pode falar.
     —Bom — suspirou — eu te devo desculpas, não devia ter falado daquele jeito com você.
     —Tudo bem, esquece isso. Melhor a gente ir tomar café. — apaguei a luz e, quando ia sair, ele me puxou para um abraço.
     Meu coração pulava no meu peito. Eu não podia ter romances, mas não tinha controle sobre minhas emoções perto dele. Mesmo assim o abracei de volta, seu abraço era confortável.
     —Vamos tomar café, o jogo começa daqui a pouco. — pareceu sem graça.
                                                                                   ***
     —Esse jogo terá algumas fases, cada grupo terá uma pessoa eliminada em cada fase, sendo que está pessoa será eliminada de acordo com seu número de mortes em cada fase. — todos os Elementais estavam reunidos na frente do Templo enquanto o Mago Maior falava — Não se preocupem, nenhum machucado será real, mas vocês irão sentir a dor proporcional, então tomem cuidado.
     —Não entendi direito. — sussurrei para Zig.
     —Só lute como se fosse proteger alguém que ama. — respondeu.
     —Podem seguir para a hospedaria que ficarão, o Bernado estará esperando por vocês no portão da cidade.
     Todos começaram a seguir para a floresta, mas o Velho nos chamou antes de irmos.
     —Os dois ficam, preciso conversar com vocês.
     Olhei para Zig sem entender, ele me disse para ficar tranquila.
     —O que foi, vô?
     —Vocês dois são muito fortes e muito importantes para o jogo. Quero que estejam unidos o tempo todo, protejam um ao outro, não se deixem morrer.
     —Por quê? — perguntei por impulso.
     —Porque devem ficar até o fim, são os melhores. Vocês juntos são mais poderosos que um grupo inteiro, apenas aprendam a usar seus poderes.
     Ele tirou duas fitas roxas do bolso do seu manto.
     —Façam o juramento, por favor.
     —O quê? — Zig perguntou antes de mim.
     —É apenas um juramento de proteção, não vai atrapalhar em nada. — eles pareceram conversar pelo olhar, como eu e Emily.
     —Tudo bem pra você, Aki?
     Assenti.
     —Ótimo. — nos entregou as fitas. — digam as palavras.
     Olhei para Zig hesitante, nunca tinha ouvido sobre esse juramento, mas ainda assim queria fazer. Nós falamos palavras em latim quase automaticamente, como um texto decorado e amarramos as fitas no punho esquerdo.
     —Perfeito, agora selem o juramento.
     —Como assim? — perguntei confusa.
     —Selem um juramento como qualquer outro, com um beijo. — viu que ficamos sem graça e continuou — Não se preocupem, não vou olhar. — virou de costas rindo.
     Zig me encarou por um breve momento e me puxou para um beijo rápido, mas com desejo.
     —Pronto. — falou quando parou de me beijar, ainda me olhando.
     —Muito bem, prefiro que mantenham isso em segredo, acho que entenderiam como trapaça. — pareceu satisfeito — Podem ir agora.  

O Elemento Oculto - A BuscaWhere stories live. Discover now