Capítulo 6

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       Voltei para onde Zig estava, ele tinha acabado de se despedir do grupo.
     —Vamos lá. — falou e seguiu para a saída.

     A entrada da caverna não era muito longe dali, mas o local não era nem um pouco movimentado.
     —Só você conhece esse lugar? — perguntei.
     —Não tenho certeza, acho que sim.
     —A entrada fica na cidade.
     —É, mas ninguém aqui se importa com cavernas.
     A caverna parecia escura de fora, mas com tantas pedras luminosas nas paredes não era muito difícil de enxergar.
    —Bem vinda à... bem, eu chamo de Caverna das Luzes. — riu.
    —Criativo. — sorri.
    —O lago é por aqui. — apontou para uma parte da caverna.
     O segui até um local bem mais iluminado, tinha realmente um lago fluorescente no meio. Alguns vagalumes voavam por cima dele.
     —Uau! — me encantei e ajoelhei na frente do lago — É lindo!
     —Sabia que ia gostar. Eu costumo ficar aqui quando preciso de inspiração.
     —Inspiração pra quê?
     —Pra compor. — pegou uma lira pendurada na parede e voltou — Eu escrevo músicas.
     Ele começou a tocar suavemente a lira enquanto cantava a mesma canção que Mary cantava para mim. Sua voz era rouca e grave, ele cantava muito bem. A luz do lago iluminava seu rosto e deixava seus olhos ainda mais luminosos. Zig sorriu quando terminou de cantar. Com certeza, ele tinha um charme quase irresistível.
     —Eu conheço essa canção. — falei.
     —Meu avô cantava pra mim quando eu tinha medo.
     —Sério? — assentiu enquanto eu sorria — Mary também cantava pra mim.
     Mas ele não pareceu prestar atenção no que eu falei, apenas na minha boca. Zig olhou nos meus olhos antes de deixar a lira de lado e me puxar para um beijo intenso, colocando uma mão na minha cintura e outra na minha nuca. Senti um calafrio na espinha e uma vontade incontrolável de corresponder o beijo. Seu perfume estava mais forte, era um cheiro amadeirado.
     Coloquei a mão nos seus cabelos e comecei a mexer os dedos. Eu podia sentir sua respiração ofegante junto com a minha.
     Era um sensação totalmente nova, me sentia em outro lugar e podia jurar que tinha luzes em volta de nós dois.
     Ele parou por um momento e me olhou sorrindo, mas não falou nada. E então eu pude ver que realmente tinha luz em volta de nós dois. O lago brilhava muito em várias cores.
     Zig voltou a me beijar, não sei quanto tempo durou o beijo, eu estava tão envolvida no clima, no seu perfume e na sensação que nem percebi o tempo passar. Só parei de o beijar quando ele parou mais uma vez o beijo.
     —O que foi? — perguntei ofegante.
     —Isso foi bom. — sorriu — Mas você ainda precisa ver a floresta aqui perto.
     —Você parou de me beijar por isso?
     —A gente pode continuar depois, se você quiser. — me deu mais um beijo e se soltou de mim — Vem, você vai gostar.  

O Elemento Oculto - A BuscaWhere stories live. Discover now