Capítulo 5

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     Entramos na cidade, fiquei admirada com a beleza dela. Era realmente uma capital, tudo deveria pertencer à nobreza ali.
     —Deuses, que cidade linda! — falei.
     —Você nunca veio aqui? — Zig se espantou.
     —Não, é a primeira vez.

     —Bem, seja bem vinda à Cidade do Lago. Ela tem esse nome por causa do Templo que estávamos.

     —Tudo deve ser muito aqui.
     —Não muito, eu recebo um desconto na maioria das vezes também.
     —Elemental e neto do Mago Maior, não duvido disso. — ri.
     —Não sou tratado bem por isso, às vezes mantenho minha identidade só pra mim. As pessoas me tratam assim porque as trato do mesmo jeito.
     —E você ganha desconto por isso? — perguntei.
     —Normalmente, sim.
     —Difícil de acreditar, mas tudo bem —ri.
     —Estamos demorando muito, vamos logo pra Taverna.
     —Certo.
***     A Taverna cheirava a cerveja, suor e sangue. Guerreiros, magos e elfos estavam reunidos naquele lugar, e principalmente anões, muitos anões. Eu tinha certeza que tinha mais gente do que devia ali.
     —Ainda é de manhã, como pode estar tão vheia assim? — perguntei a Zig.
     —Não existe hora certa pra eles. — riu — Tem uma mesa ali no fundo. — apontou.
     Assim que nos sentamos, uma mulher de cabelos negros e curtos nos atendeu.
     —Bom dia! — deu um sorriso simpático.
     —Bom dia, Ruby! — Zig sorriu de volta — Duas cervejas, por favor.
     —Ah, não... — falei — Tá muito cedo pra eu beber, quero só um suco de manga, por favor.
A moça saiu para o balcão.
     —Eu nem perguntei se você bebe, desculpa. — falou meio desconcertado.
     —Não tem problema. Eu bebo, mas não ao meio-dia. — sorri.
     —Bem, eu sou como todos aqui, não tenho hora pra isso.
     Ruby trouxe as bebidas e nós a agradecemos. O suco estava realmente muito bom, se parecia com o que Mary fazia quando eu tinha nove anos. Senti uma angustia acompanhada de dor no peito, ela me fazia muita falta.
      —Se você não se importar, — Zig atrapalhou meus devaneios — gostaria de te mostrar um lugar incrível aqui por perto. É uma caverna com um lago subterrâneo, acho que você vai gostar.
     Desconfiei, ele ainda não era muito próximo de mim, na verdade, não era nem um pouco próximo.
     —Não sei, não. — falei.
     —Se você não se sentir confortável, tudo bem. Na verdade, faz sentido, eu ainda sou um estranho. — riu.
     Pelo menos ele entendia.
     Nós dois passamos mais algum tempo conversando. Ele realmente passava confiança e segurança. Em duas horas de conversa, senti que o conhecia há anos, como se soubéssemos os segredos mais íntimos um do outro.
     —Zig, acho que seria interessante conhecer a caverna que você falou, sim.
     —Ah, sim, claro. — chamou Ruby. Ela veio em nossa direção com uam bandeja na mão. —Pode trazer a conta, por favor.
     —Imagina, você está com uma convidada. — sorriu para mim — Hoje fica por conta da casa.
     Ele agradeceu enquanto ela pegava os copos da mesa.
     —Você é algum tipo de celebridade? — perguntei.
     —Não. — riu — É só que gentileza gera gentileza. — um grupo de elfos sorriu para ele.
     —Tô vendo...
     —Só um minuto, Aki. — se dirigiu aos elfos.
     Passei os olhos pela Taverna e encontrei a última pessoa que queria ver o momento: Collin. Fui até ele com o coração disparado, enquanto Zig conversave com os elfos.
      —O que faz aqui? — ele afiava suas lâminas. Ergueu seus olhos para mim, me causando um frio no estômago.
     —Te vigiando. — respondeu seco.
     —Não preciso de babá.
     Riu baixinho.
     —Precisa se apressar, o vilarejo não vai esperar você terminar suas paqueras.
     —Eu acabei de chegar aqui. — olhei para Zig que ainda conversava. — Acho que consegui alguém.

O Elemento Oculto - A BuscaWhere stories live. Discover now