O Elemento Oculto - A Busca

Capítulo 20

-Zig. - levantei o braço esquerdo e mostrei o corte que agora cicatrizava devagar - o seu também sangrou?
-Sim, quanto mais ferido seu parceiro, maior o corte, até chegar na veia e nos matar.
-Não sabia disso. - falei.
-Mas fez a promessa. - sorriu um pouco triste.
-Com licença. - um servo bateu na porta aberta - o Mago Maior a chama em seus aposentos, senhorita.
-Certo. - me senti confusa e apreensiva - Obrigada.
-Vai lá, te encontro mais tarde. - Zig falou, mas eu não saí do lugar, continuei o encarando - Eu vou ficar bem, Aki.
Assenti e me dirigi à sala do Mago Maior.

Bati a porta e o ouvi dizer para entrar. Abri devagar e cuidadosa, ele estava em sua mesa com alguns livros.
-Akira Swain, que bom que veio. Sente-se. - apontou para a cadeira de frente para a mesa.
-Fiz alguma coisa? - lembrei da noite passada e engoli seco.
-Nada que faça eu deixar de gostar de você. Não é sobre isso que quero falar com você. Eu sei do sei vilarejo e sei que procura um homem rico para se casar. - me endireitei na cadeira, não era segredo mas também não era algo que muitos fora do vilarejo sabiam - Bem, você acredita em destino? Nós não podemos mudá-lo, e o seu já está escrito.
-Como assim? - indaguei.
Ele colocou o livro que segurava na minha frente. Havia um símbolo do equilíbrio, com uma parte azul e outra laranja. Então, esse símbolo começou a rodar, até ficar uma cor única, apenas um círculo roxo.
-Esse é o livro do destino, conhece? E essa é a página dos elementos fogo e água. Zig é seu destino, fogo e água, destruição e criação. É a sintonia perfeita. Estou pedindo para que se case com meu neto, possui tudo que você precisa.
-Espera, o quê? - me levantei - Como assim meu destino? E se eu não quiser?
-Não podemos mudar o destino, Akira. - sorriu apenas de um lado.
-Eu nem o conheço direito.
-Vocês tem o dia inteiro para isso. - se levantou e caminhou até a janela - Vou te dar seis meses, acho que é tempo o suficiente.
-Um homem me pediu em casamento também. Acho que se chama Gabriel.
Sua expressão pareceu mudar, não tive certeza por estar de costas, mas pude ver seus ombros se tencionarem.
-Você que escolhe, poder e amor ou riquezas e submissão.
Eu odiava ter que obedecer alguém, principalmente homens.
-Pode ir. - falou - Mas não se esqueça, se fugir do seu destino, ele virá até você.
Dei a última olhada no livro que brilhava e saí da sala. Eu estava tonta e confusa. Que destino era esse que eu não podia mudar? Decidi tomar um banho para pensar.
Encontrei Zig na biblioteca, totalmente recuperado.
-Oi. - entrei no pouco espaço entre ele e uma estante de livros.
-E aí? - olhou nos meus olhos sem se afastar.
-Vai fazer o que agora a tarde?
-Vou arrumar a bagunça da Árvore-mãe, por quê?
-Hm, será que eu posso ir? - sorri.
Ele sorriu de volta e colocou o livro que segurava no lugar.