8. lute para que esqueçam

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8. lute para que esqueçam

    Eu estava apoiado contra a parede do quarto dela, do lado da janela. Eu não gostava de pensar naquilo, era estranho demais, mas as histórias do Apolo sobre como ele se sentia ao ver Aimée deitada na cama deles só com o sol tocando a sua pele me veio a cabeça. 

    Ele sempre falava com tanta paixão, até mesmo quando estava irritado com a namorada. E esses detalhes todos que ele colocava nas frases, eram demais pra eu entender. Tanto que, enquanto eu olhava para a mulher deitada de bruços na cama dela, com um lençol apenas cobrindo a sua bunda e com os seios saindo para o lado do seu corpo só pensava o quanto era somente uma imagem. O sol na pele dela não tinha paixão. 

     Eu já estava vestido, e não entendia o porque de estar parado ali ainda examinando alguém que nem eu que tinha escolhido. 

     Aquiles estava com a melhor amiga dela em algum outro quarto daquele apartamento que tinha cara de gente que com certeza estava se formando. Era bagunçado como o apartamento do Aquiles depois que Apolo se mudou e eu não tive mais paciência de arrumar. 

     Me abaixando, peguei a minha camiseta que estava no chão. Era preta e simples, uma das únicas que não tinha desbotado de tantas vezes eu lavar. Eu sacudi ela, um som de chicote saindo por causa do movimento. A menina que estava deitada de repente abriu os olhos que eram tão claros quanto os meus. E, devagar, se estendeu pela cama, com a bunda empinada e sentando nos calcanhares, os joelhos na barriga, ela alongou os braços pelo o lençol. 

     — Já está indo? — Ela perguntou depois, me olhando por cima do ombro e arrumando o lençol para cobrir os seios. Eram grandes e eu gostei de tudo o que ela fez comigo, mas tínhamos feito demais daquilo pra uma tarde e eu só queria sair dali para que ela não pedisse mais uma vez. Eu precisava me agilizar. Tinha sido muito bom, mas conhecendo Aquiles ele iria arranjar mais alguma para nós dois na questão de uma hora.  

     — Sim. Desculpa te acordar. — Concordei, e falei sem emoção, mesmo que me sentisse culpado. Ela parecia estar bem dormindo, tínhamos nos cansado. Sentando no final da cama, peguei meu sapato e comecei a amarrar os cordões. 

    Se mexendo no colchão ela veio até minhas costas, o cabelo loiro escuro caindo no meu ombro quando ela veio me abraçar e beijar meu pescoço. 

     — Eu não mereço nem um tchau? — Ela disse com uma voz sexy. Mas não senti nada além de que, talvez, a vontade de ir treinar. 

     Limpando a garganta, peguei as suas mãos que se espalhavam pelo meu peito. — Olha, tu merece, e eu ia te dar tchau. Mas é só isso que tu ia ter de mim depois de hoje, tudo bem? — Ao terminar, eu já tinha me virado para olhar para ela. 

     Ela me olhou com um sorriso de lado, que até me lembrava os poucos que já tinha arrancado de Iara, mas aquela guria não parecia nada com a mistura de índia que Iara era. 

    — Sabe, não sei se isso faz eu querer mais ainda que tu fique. 

    Sacudindo a cabeça, me levantei, alisando a minha camiseta de novo e pegando o resto das minhas coisas. — Foi muito bom te conhecer. Avisa o outro que eu fui embora? — Perguntei. Ela acenou que sim, e eu abri a porta do seu quarto. 

    Não tinha gravado o nome dela, porque não achava necessário, só esperava que não ficasse com o meu nome e comigo na sua cabeça pelo resto dos dias.

    Saindo do apartamento, fui até a parada de ônibus mais próxima e esperei por qualquer um que me levasse da Ipiranga até o centro. 


Boa tarde, Zeus ✓Where stories live. Discover now