Quatro de Julho

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"Diga que me ama na minha cara
Eu preciso disso mais do que o seu abraço
Apenas diga que você me quer, é tudo o que importa"


*Perdoem os erros.

~

-Vamos Claire... você está ficando para trás.

- Espere Henry, está muito escorregadio aqui.

Caminho o mais rápido que posso para alcança-lo olhando atenta onde piso para não tropeçar nos galhos coberto de musgo.

Está frio e a neblina ainda está baixa, dificultando minha visibilidade.

- Henry? - Levanto rosto procurando-o mas não o vejo, nem suas pegadas. - Henry? Cadê você? Não tem graça! Henry?

O desespero de estar perdida me acomete, corro adentrando ainda mais na densa floresta a sua procura. O suor brotando na minha face a medida que me esforço para encontrá-lo.

Corro tanto que não vejo o penhasco até que começar a cair. Tento gritar mas a voz fica presa na minha garganta por um bolo que se formou e começa a me sufocar, começo a me debater a medida que vou caindo naquele abismo sem fim, tentado gritar.  

- Claire... Claire. - Ouço a voz de Henry novamente, tento chamar pelo seu nome, fazê-lo me ouvir mas não consigo emitir um único som. - Meu amor, por favor... Abra o olho!

"Estou tentando, estou tentando" grito mentalmente. Mas há um peso sobre meu peito me prendendo naquela queda.

De repente meu corpo é sacudido com violência, me fazendo tossir e abrir o olho atordoada.

- Me desculpe não sabia o que fazer, você não acordava. - Diz prendendo meu rosto em suas mãos sentado ao meu lado, me fazendo encarar seus olhos assustados. - Você está bem?

- Sim. - Massageio o pescoço onde a sensação do bolo preso vai se desmanchando. - Que horas são?

- Quatro da manhã. - Diz deixando a cama e indo até o frigobar buscando água. Passou apenas um hora desde que ele retornou para o quarto e já tive até pesadelo. 

- Desculpe. - Sussurro, pegando o copo de suas mãos dando o primeiro gole.

- Não precisa se desculpar, foi apenas um pesadelo. Acabou. - Diz acariciando meus cabelos.

- Não... Me desculpe pelo resto, por toda a confusão da noite. - Digo com a cabeça deitada em seu peito nu. - Por tudo o que você passou, me desculpe, foi egoísmo meu. Ficaria louca no seu lugar, daria um jeito de por a NASA atrás de você.

- Claire. - Diz erguendo meu queixo para encarar seus olhos que estavam cheios de convicção. - Você ainda não entendeu? Eu amo você e faria qualquer coisa para que estivesse bem e segura.

Não ouvi o que dizia, pois o tempo parou mim assim que pronunciou aquelas três palavras, meu corpo se preencheu de algo que o aqueceu por completo. Aquela era confirmação que eu precisava para entender que o que eu sentia por ele, era amor.

E assim selávamos nosso pacto, não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. Um pacto silencioso que teria a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia viesse dividir nossos caminhos. 

Blue OceanWhere stories live. Discover now