Cancún

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Sentiram minha falta bebês?

*

"Você acha que vai morrer sem ele
Você sabe que é uma mentira que você diz a si mesma
Você tem medo de ficar sozinha para sempre agora
Não é verdade

Nada de chorar na boate
Deixe a batida conduzir suas lágrimas até caírem, baby
Nada de chorar na boate
Com um pouco de fé, suas lágrimas se tornarão êxtase"

*Perdoem os erros.

Está meio que implícito no manual da vida que para qualquer viagem que façamos, é necessário estar no local de embarque com no mínimo uma hora de antecedência como medida de segurança para eventuais contratempos.

Nosso voo para Cancún estava marcado para as oito horas da manhã. O trajeto entre minha casa e o aeroporto era de aproximadamente uma hora de viagem.

Então seguindo os padrões que regem a sociedade, precisávamos estar as sete horas da manhã no aeroporto. Naquele dia, meu bom senso me fez acordar às cinco da manhã e quando o relógio no meu pulso apontou seis horas eu já estava pronta na porta de casa com a mala e passaportes em mãos.

Mas o universo não contava com o fato de que Jane é um ser independente da sociedade e que esse ser segue suas próprias convenções e regras. Portanto, eram sete e meia da manhã a hora que a senhorita Jane surgiu na minha porta plena como se nada estivesse acontecendo.

- Eu não consigo entender como é que eu ainda me surpreendo com essas coisas. – Reclamei enquanto puxava a mala pelo caminho até a caminhonete de Sebastian.

Sebastian desceu correndo e me ajudou a colocar a mala na carroceria do veículo. Entrei do veículo e atei-me ao cinto de segurança.

- Vai amor. – Jane falou. – Bota essa carroça para correr.

- Não fala assim do meu carro. – Sebastian reclamou enquanto manobrava o carro pela rua entrando no trânsito. – Ela não falou por mal bebê. – Acariciou o painel do veículo.

Sebastian levava o motor da sua caminhonete ao extremo para nos fazer chegar a tempo.

Durante o percurso me mantive o tempo todo em alerta. Andar em alta velocidade e costurar os outros carros no tráfego era o oposto de direção segura o que pessoalmente, devido ao meu recente histórico, me deixava nervosa.

Eu segurava com tanta força o apoio de mão que ficava no teto da caminhonete que as falanges dos meus dedos ficaram esbranquiçada.

No caminho até o aeroporto eu já havia tomado ciência de que iriamos perder nosso voo e isso já era fato consumado.

Mas o agir do destino é surpreendente em alguns casos e para nossa sorte, quando chegamos ao aeroporto o painel informava em letras garrafais que nosso voo estava atrasado.

- Eu não se se eu agradeço ou se choro. – Jane falou sentando em cima da mala.

- Agradece! – Soltei estressada. – Não sei que brilhante ideia você teve de se atrasar justamente hoje.

- Não foi culpa minha. – Ofendeu-se. – A culpa foi do senhor meu esposo que ficou mais uma noite jogando online até tarde.

- Foi mal Claire. – Sebastian se defendeu entregando alguns sanduiches para comermos enquanto esperávamos o voo. – Henry é um viciado do caralho que não me deixava ganhar uma partida. – Soltou naturalmente.

Meu coração deu um solavanco ao ouvir seu nome.

- Henry? – Perguntei curiosa.

- Podia falar no nome dele? – Sebastian sussurrou, nada discretamente, para Jane.

Blue OceanWhere stories live. Discover now