twenty one

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HAYDEN'S POV

Dei duas batidas na porta antes de entrar. Por um milagre, Voight tinha ido pra casa mais cedo. Holt subiu com o olhar, me analisando.

- Precisa de alguma coisa, mocinha?

- Na verdade sim. - sorri de um jeitinho sapeca, me sentando rapidamente - Em primeiro lugar, Voight disse que tinha um encontro com Zane ontem, e estou supondo que você foi junto, estou certa?

- Hayden... - ele cerrou os olhos junto a um olhar divertido, como se eu tivesse aprontando algo.

- Foi que eu sei! Alguma novidade?

- Você sabe que eu te considero uma criança ainda, não sabe? - uma gargalhada gostosa foi dada - Ocorreu tudo bem na medida do possível. - Holt me deu uma piscadela e isso foi o suficiente pra eu entender que não teria mais nenhuma informação além daquela, e afinal, por que ele me contaria, não é?

- Ok, segunda coisa... - limpei a garganta - Eu sei que sempre mostrei desinteresse pelas coisas que acontecem aqui, mas eu realmente gostaria de saber o que faria Paul ser preso? - finalizei com um sorriso beirando a falsa inocência, esperando Holt não estranhar tal pergunta, mas ele só riu, de verdade mesmo, uma gargalhada alta que vem com força.

- Tá doida, Hayden? - ele continuava a rir mas seu rosto foi ficando sério a medida que foi percebendo que eu não ria, na verdade nem esboçava mais nada em minha face, deixando ele um tanto quanto sem graça - Não é bem por aí, Hayds. Ele tem dinheiro, e você sabe o que o dinheiro fez? Compra as pessoas. Você imagina o quanto ele tem? Pois então, com todo esse dinheiro, qualquer prisão daqui que ele for se torna um hotel. Ele ser preso e nada seria a mesma coisa.

- Como assim? Então não tem jeito?

- Tudo tem um jeito, mas nesse caso, é um pouco mais complicado.

Ok, nunca é tarde pra tentar entender. Holt mantinha o olhar de quem não queria dizer muito, ou seja, eu tinha que mudar aquilo. Eu nunca mostrei interesse e precisava mudar isso com urgência.

- Olha, repetindo, eu sei que mostrei um baita desinteresse com as coisas que acontecem aqui, mas eu realmente queria saber, entende? Eu vivo aqui, trabalho aqui... É o mínimo, não é? - arrisquei um biquinho pidão, fazendo mais uma vez o homem gargalhar. Holt e Voight eram super diferentes e isso todos conseguem notar.

- Saber o que rola aqui não vai te trazer nenhum benefício, Hayden. Só revolta. Se tem uma coisa que eu posso te dizer, é que a gente já desistiu de defender a normalidade. Não há mais normalidade alguma. O mundo em geral precisa fazer uma autocrítica da própria incompetência. A polícia deveria nos ajudar, não é? Mas não se engane, porque as vezes eles são até piores. A gente tá na merda e precisamos trabalhar dentro dela.

- Mas... O que pararia Paul? A morte? - eu nem precisei de uma resposta de volta, seu olhar duro foi o suficiente. Eu já tinha tido o suficiente.

Me despedi e saí dali rapidamente, indo até meu trailer totalmente atordoada. Simplesmente não há solução porque talvez na real ninguém entende nem a extensão do problema. Ou seja, eu devo simplesmente perder as esperanças e aceitar que estamos todos no inferno e que nada tem salvação, livramento ou sei lá?

Bufei emburrada, me sentando na cama e pegando o envelope que Brooke tinha me entregado mais cedo mas ainda não tinha aberto. Megan tinha mesmo deixado as fotos impressas na caixa de correios do estúdio, e assim que abri, me senti frustrada. Que diabos eu faria com um monte de anotações de mercadorias que estavam basicamente em códigos? A vida do crime realmente exige inteligência, um nível que eu não tinha noção de como alcançar, e no fundo, nem queria. Me lembrei do seu olhar desesperado porém até esperançoso em alguns momentos. Megan merecia sua vida de volta e estava se esforçando.

Prelude • Zayn Malik Where stories live. Discover now