Capítulo 20 - Kakashi Hatake

490 53 11
                                    

O que é a vida após a morte?

O que significa morrer?

Por muitos anos me perguntei o que sentimos quando a morte se aproxima e quando descobriríamos o nosso fim e se estaríamos tão perto do precipício.

O que é morrer?

Quando e onde?

Eram tantas perguntas que assolavam minha mente que eu não sabia responder. Sequer sabia dizer onde estava e  porque de estar ali. Sempre fui um homem cético. Nunca acreditei que poderíamos enxergar algo além da morte. Achei que quando o nosso fim chegasse, entraríamos em um breu obscuro.

Tantas coisas que poderia ter aproveitado, pelo menos queria ter dito a Saori o que sinto por ela, e como o meu coração bate de uma forma diferente por ela. Talvez seja seu sorriso acolhedor, ou quem sabe seu modo simples de acreditar que tudo se resolveria e ficaríamos bem.

Mas não. Nada ficaria bem.

Eu havia partido e não pude me despedir. Eu queria, pelo menos, a pegar em meus braços uma última vez. Beijar seus lábios e agradecer por me fazer feliz.

Pelo menos eu pude deixar aquele sentimento de insuficiência e permitir que Saori me amasse. Queria agradecê-la por me mostrar que talvez, se eu tivesse aberto meu coração mais cedo, poderíamos aproveitar mais momentos juntos.

Queria me desculpar com Sasuke, Sakura e Naruto. Pediria desculpas por não ter sido um bom sensei. Eu poderia ter feito mais, ter me dedicado mais. Gostaria de ter sido um bom amigo para Obito, poderia ter sido mais protetor em relação a Rin. Afinal, diante de tudo, a culpa era minha de alguma maneira.

Continuei a caminhar no vasto corredor escuro, sabia que no final poderia haver alguma luz.

Então isso era morrer?

Cerrei meus punhos ainda lembrando de Saori em choque me olhando, talvez fosse as lembranças embaralhadas, mas algo em minha mente tinha visto sangue em suas roupas. Eu estava preocupado, será que espíritos podem se preocupar com seres humanos? Gai já me odiava e certamente não me perdoaria, suspirei frustrado bagunçando meu cabelo.

A medida que eu caminhava eu via uma chama flamejante e alguém sentado em frente a enorme fogueira, meu corpo paralisou. Eu reconhecia aquele vulto e aquelas roupas. Como poderia? Então eu realmente morri e não estou preso em meu subconsciente.

Engoli seco e sentei ao lado do homem muito parecido comigo ou eu poderia dizer que era parecido com ele? Suas orbes escuras giraram em minha direção, seu rosto continuava da mesma maneira que eu lembrava. Ele abriu um sorriso gentil.

— Olá meu filho, quanto tempo.

Encarei a fogueira que nos iluminava de todo o breu, observando cada chama flamejante aquecer minha alma. Sabia muito bem o que aquilo significava, eu estava conformado. Porém algo dentro de mim estava quebrado. As lembranças dos olhos azuis cheios de lágrimas de Saori fazia meu peito inchar e doer, não sabia que mortos podiam sentir isso.

— Quando foi que o senhor descobriu que a mamãe era importante para você?

Meu velho abriu um sorriso acolhedor e percebi seus olhos encarar o além como se tivesse imaginando. Não conseguia me lembrar muito bem dela, mas lembrava das palavras doces que meu pai sempre falava a seu respeito.

— Sua mãe era uma pessoa incrível, sempre preocupada com todos. Um pouco durona e mandona. — ele suspirou e pegou um graveto ao seu lado e remexeu no fogo. — Ela lembra bastante sua namorada, como é mesmo o nome dela?

— Saori Maito.

— Esse sobrenome me é um pouco familiar. — Meu pai olhou de soslaio para mim. — Como era o nome daquele garoto que você vivia reclamando?

Táticas dos amassos On viuen les histories. Descobreix ara