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Sim, quando meu mundo está caindo aos pedaços
E não há luz para quebrar a escuridão
É quando eu, eu, eu olho para você
Quando as ondas estão inundando o litoral e eu
Não consigo encontrar o meu caminho de casa
É quando eu, eu, eu olho para você

When I look at you; Miley Cyrus

Vênus Lucchesi

Depois de pentear os fios castanhos de Safira, peguei a pequena em meus braços e levei ela para a sala, onde encontrei minha mãe e minha madrinha conversando animadamente, assim que minha madrinha me avistou, se levantou rapidamente com os olhos marejados, creio eu que emocionada por estar conhecendo a sua neta.

Safira, por sua vez, segurou em meu pescoço com mais força e enterrou o rostinho no vão, ainda olhando para a mulher a sua frente.

— Oi Safira. — ela sorriu para a pequena que não respondeu — Eu sou a Rosa, sua vovó. — a menininha levantou a cabeça e seus olhos brilharam em admiração.

— Então agora eu tenho uma vovó de verdade? — assenti, vendo seus dentinhos surgirem e ela embolar seus braços em volta do pescoço da minha madrinha, que a abraçou e sentiu seu cheirinho.

Caminhei até a minha mãe, que olhava tudo de longe, com o mesmo olhar da avó de Safira. A pequena encarou a minha mãe e sorriu.

— Você também é minha vovó? — fui encarada e apenas assenti, sei que o maior sonho da dona Alessandra era um netinho ou netinha, mas infelizmente eu não podia dar aquilo para ela.

Deixei que as três brincassem na sala e fui até a cozinha, onde um gibi limpo se encontrava tirando o bolo do forno. Depois de fechar o forno com o pé, deixou o bolo sobre o balcão - que eu tinha diversas lembranças - e veio até mim, me dando um casto selinho enquanto rodeava minha cintura com seus braços.

— O corpo será velado amanhã, mas vai ser caixão fechado, não entendi o porquê, não vou questionar. — assenti, me virando de costas para ele — Ela chorou a noite toda, agora está distraída mas se ela lembrar torna a chorar.

— Vai ficar tudo bem Gibi... Agora vamos comer pra levar Safira para se distrair.

Chamamos todos pra comer e foi bem descontraído, minha mãe fazendo comentários sobre mim e o Dimitri, minha madrinha mimando a sua neta e meu gibi observando tudo.

— Quando vão oficializar o relacionamento? — minha mãe perguntou e o garfo de Dimitri atingiu com força a louça de porcelana.

— Não tem relacionamento mamma, estou ajudando ele, só isso.

— Você vive falando isso, mas estamos tendo um jantar praticamente em família. Ma che cazzo!

Mamma! A Safira!

Minha mãe tampou a boca com uma das mãos enquanto arregalava os olhos, Safira por algum motivo riu e logo rimos também, percebendo que ela não falava italiano.

Minha mãe tampou a boca com uma das mãos enquanto arregalava os olhos, Safira por algum motivo riu e logo rimos também, percebendo que ela não falava italiano

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Arrumei o laço preto na cabecinha de Safira e passei as mãos em meu vestido, tirando os pelinhos que tinham grudado.

— Estão prontas? — Dimitri perguntou entrando no quarto, estava de preto, como de costume e sua voz estava mais baixa e pesada.

— Sim, vamos?

Ele assentiu e pegou a pequena no colo, seu cabelo estava ondulado e era tão grande que me surpreendia. Chegamos no térreo e Dimitri botou Safira no chão, alegando ter esquecido a chave.

Saí do prédio segurando a mão de Safira e andei com ela até o carro, olhei para frente e vi um carro familiar, mas ignorei quando Dimitri chegou, sorri e seguimos em direção ao cemitério.

As nuvens estavam carregadas, o céu estava cinza e ouvi Safira fungar em meu colo e seus olhinhos brilharam pelas lágrimas enquanto encarava o túmulo da mãe. Em certo momento, ela não aguentou mais olhar a foto e escondeu o rosto em meu pescoço, seu pai não pensou duas vezes antes de pegar ela de meus braços e abraça-la com força.

O padre terminou sua reza e logo nos preparamos pra ir embora, até uma mulher de meia idade loira, junto de um homem de cabelos grisalhos nos pararem.

— É tão bom revê-lo Dimitri! — sua voz soou com ironia e fechei a cara, o corpo do meu gibi enrijeceu e ele entregou a pequena pra mim — Vejo que está com outra mulher.

— O que eu faço ou deixo de fazer não é da sua conta Marta. — sua voz soou fria, seca.

— Passou a ser quando você ficou com a guarda da minha neta!

— Você nunca a quis! Não seja hipócrita! Safira é minha filha e não vai sair do meu lado.

— Se Lorena não revelou ela antes foi porquê não queria minha neta ao seu lado!

— Dimitri... Vamos pra casa... Safira preciso descansar. — botei a mão em seu ombro, apertando, já que Safira estava completamente confusa, e além disso, cansada.

— Claro Vee... Vamos. — disse pegando a menina novamente em seus braços e nos viramos para ir embora, até eu sentir um puxão em meu braço.

— Não tente agir como se fosse mãe da Safira, você não é!

Ali, toda a raiva que eu estava sentindo decidiu ser liberada e eu segurei seu pulso que puxou meu braço.

— Nunca, mas nunca mesmo signora, toque em mim novamente, nunca fui de aguentar calada e não é agora que vou fazer isso. Eu to bem longe de ser a Lorena e vai por mim, não vai querer uma italiana sangue quente atormentando a sua vida, maledetta!

Seus lábios entreabriram em pura surpresa e eu sorri, voltando para o meu homem.

Figlia di puttana!

Oi xuxus, voltei! Capítulo novo e fresquinho, não esqueçam de votar e comentar, eu amo ler seus comentários engraçados sobre a história e me alegra muito

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Oi xuxus, voltei! Capítulo novo e fresquinho, não esqueçam de votar e comentar, eu amo ler seus comentários engraçados sobre a história e me alegra muito.

Beijinhos e até o próximo capítulo.

Ig: najulia_litera

Minha Doce ObsessãoWhere stories live. Discover now