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Qualquer lugar contigo
Eu faço de abrigo
Bem do jeitinho que a gente entende
É meu porto seguro
Tô te querendo, eu juro
Que é no escuro que você me acende

Apaga a luz; Gloria Groove

Vênus Lucchesi

Um mês depois...

Havia passado um bom tempo desde que quase bati na mãe de Lorena, as coisas estavam tranquilas. Eu tinha acabado meu estágio e hoje era o dia da minha formatura.

Dimitri e eu estávamos trabalhando em dupla quando o assunto era a Safira. Enquanto ele estava no trabalho eu ficava com a pequena, que me chamava de "titia Vee", ela era um doce e muito arteira.

Ao longo do mês, tive três encontros com Dimitri e as coisas estavam indo muito bem, ele parou de fingir que não me conhecia, mas as farpas não deixaram de continuar. O único porém, era que com a Safira e o trabalho — já que os assaltos no Rio de Janeiro haviam aumentado bastante por ser fim de ano — nós estávamos na seca, ou seja, tinha pouco mais de um mês que nenhum dos dois se tocava.

Ainda assim, a tensão sexual não cessou, ele me agarrava pelos cantos da casa enquanto Safira dormia, mas evitávamos fazer barulho e na maior parte das vezes o cansaço dominava a gente.

Terminei de arrumar a gargantilha com pingentes de borboleta em meu pescoço e logo pus o Christian Louboutin em meus pés. Me olhei no espelho e admirei a vista, o vestido vermelho havia se encaixado perfeitamente em meu corpo, a fenda dava uma sensualidade a mais e o coque baixo em meu cabelo me deixava ainda mais bonita.

— Vee, estamos pron... Eita caralho!

Me virei e vi o meu Gibi em uma calça preta e uma blusa social branca, que estava com os primeiros botões abertos, me dando a vista do seu peitoral tatuado.

— Gostou?

— Acho que vou precisar ficar como um cão de guarda em você.

Dei uma risada e fui até ele, envolvendo meus braços em seu pescoço e logo senti as suas mãos na minha cintura. Seu rosto se aproximou do meu e antes que a gente se beijasse vi um pequeno vulto vermelho entrando no quarto.

— Papai! Você disse que ia vir buscar a tia Vee! — a pequena cruzou os braços, fazendo um biquinho.

— Eu vim querida.

— Você está beijando a tia Vee, ela ainda tá aqui no quarto!

Não evitei a gargalhada e peguei a pequena no meu colo, Dimitri soube escolher perfeitamente o vestido dela, e coincidentemente, ele era vermelho como o meu.

— Olha titia, a gente tá igual.

Sorri e beijei seu rosto delicado, lembrando que agora eu poderia estar  com meu bebê. Sem pensar, senti uma lágrima solitária escorrer e logo sua mãozinha tirou delicadamente aquela lágrima do meu rosto.

— Não chora tia Vee...

— Desculpa pequena, vamos?

Encarei Dimitri que assentiu. Saímos do apartamento sem pressa, a entrega dos tubos aconteceu mais cedo, a festa seria a noite e todos já aguardavam a nossa chegada. Antes que Dimitri saísse com o carro, vi novamente o mesmo carro do dia do funeral de Lorena, eu o via frequentemente, mas sempre esquecia de falar com Dimitri sobre isso, e não seria agora que eu diria.

Minha Doce ObsessãoWhere stories live. Discover now