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Se eu pudesse nos levar de volta
se eu pudesse apenas fazer isso
E escrever em cada espaço vazio as palavras
"Eu te amo" para substituir
Então talvez o tempo não me apagasse
Se você pudesse saber que eu nunca te deixei ir
E as palavras de que mais me arrependo são aquelas que nunca quis deixar

Unsaid Emily; Julie and the phantoms

Dimitri Hills

Fiz questão de pegar o primeiro avião para Portugal depois de ter pego todas as informações necessárias com a dona do celular. Eu estava cauteloso, não apareceria lá sozinho, afinal, não sabia como Vênus estava e eu precisava de ao menos uma permissão para matar aquele filho da puta.

Fiquei encarando a janela enquanto batia o pé incessantemente, lembrando de todos os meus momentos com ela.

Um mês atrás...

Vênus estava dentro de um vestido rosé, extremamente encantadora no nosso "primeiro encontro".

Eu seria muito clichê se a levasse em um restaurante italiano, quase o fiz, mas há uma semana atrás eu descobri que aquela mulher era louca por comida japonesa - paguei quase cento e cinquenta reais na barca que ela pediu e fez safira gostar também - então resolvi trazê-la em um rodízio. Seus cachos estavam um pouco mais rebeldes hoje, do jeito que eu gostava, um gloss ressaltava os lábios cheios e o sorriso enorme que não cabia em seu rosto me trazia satisfação.

- Vai pedir vinho? - perguntei e ela arqueou a sombrancelha e negou com a cabeça.

- Pode pedir pro garçom trazer uma coca de dois litros e os copos com gelo e limão.

Sorri contente com a resposta dela e fiz o pedido, por sorte, o rodízio era setenta reais por pessoa e eles também serviam churrasco, o que me deixou ainda mais feliz, já que eu não suportava aquele peixe cru que ela comia.

As primeiras rodadas foram chegando e eu já tinha perdido a conta de quantas peças ela já tinha comido, aproveitei o meu churrasco enquanto encarava o brilho no olhar dela comendo aquilo.

- Uma italiana apaixonada por comida japonesa?

- Eu ainda amo as massas, mas isso também é incrível, tipo o baião de dois daqui, sabe?

Ri e assenti, paguei a conta e me assustei quando Vênus disse que contou CENTO E QUARENTA E TRÊS peças.

Saímos do local e comprei uma sobremesa de leite ninho com morango para ela. Caminhei com Vee pela orla enquanto ouvia o barulho do mar e decidimos sentar juntos na areia. Sua cabeça estava apoiada em meu ombro e eu encarei o mar, sentindo aquela sensação maluca que ela causava em mim, me deixando maluco.

- Vee.

- Hum?

- Eu... Adorei a nossa noite.

Um puta de um covarde, era isso que eu era, sequer conseguia dizer que a amava, que meu coração acelerava quando ela surgia e se acalmava quando a mesma sorria. Fui incapaz de dizer que queria que ela fosse mãe da Safira, que mesmo não podendo ter filho, eu ainda queria que Vênus fosse mãe de todos eles.

Atualmente...

Eu me sentia um tolo, talvez a culpa dela não estar agora comigo realmente fosse minha, não a protegi como disse que faria, agora vai lá saber o que a minha italiana estava passando nas mãos daquele idiota.

Minha Doce ObsessãoWhere stories live. Discover now