CAPÍTULO 30

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DUDA NARRANDO:

MARATONA 2/4

Já são 3 horas da manhã e o Jp não voltou. Antes de sair, ele falou que me amava. Aquele babaca disse que me amava, mas eu sei que isso é só de boca pra fora. Eu e Peixinho vamos morar em outra casa. Ele até falou da casa da avó dele, mas eu não quero ter lembranças que o façam ele se sentir mal.

A Juliana até agora não veio falar comigo, nem ela nem dona Rose. Então, decidi sair daqui.

Escuto o barulho da porta e imagino que seja o Peixinho, porque desde que acordei do desmaio, ele não para de perguntar se estou bem. Mas percebo que é o Jp. Finjo que estou dormindo, não estou afim de falar com ele.

Ele tomou banho e, depois de alguns minutos, o vejo deitado ao meu lado.

DUDA: Sai daqui - falei, me afastando mais dele.

JP: Pensei que estivesse dormindo.

DUDA: Estava, mas você me acordou - ele foi me abraçando, então percebi que ele não iria sair dali..

Então peguei o travesseiro e o cobertor e coloquei no chão, deitei. Escutei ele respirando fundo. Em alguns segundos, ele se levantou, abriu a porta do quarto.

JP: Volta pra cama, não vou dormir aqui - saiu e fechou a porta.

Que droga, senti pena dele. Fiquei um bom tempo deitada no chão até que me deu sede, então me levantei e fui para a cozinha.

Ao descer a escada e olhar para a sala, vi o JP deitado no sofá. O Peixinho provavelmente está no quarto dele, já que o JP estava dormindo comigo. O JP deixou o quarto dele para o Peixinho.

Bebi minha água e, ao voltar, olhei para ele de novo.

DUDA: Droga - peguei a almofada, levantei a cabeça dele e coloquei a almofada embaixo.

DUDA: Idiota - falei baixinho.

JP: Eu sei - falou ainda com os olhos fechados.

Eu sabia que se ficasse ali, cairia no papo dele, então logo me afastei. Antes de ir para o meu quarto, fui ver o Peixinho, bati na porta do quarto dele.

DUDA: Tá acordado? - Escutei ele responder e então abri a porta.

PEIXINHO: Tá precisando de alguma coisa?

DUDA: Não, só vim ver você. - Ele balançou a cabeça.

PEIXINHO: Não fica mais com ele, Eduarda. É sério, ele não te merece.

DUDA: Eu não pretendo ficar com ele.

PEIXINHO: Espero.

PEIXINHO NARRANDO:

Eu sei que a Eduarda vai acabar caindo no papo do JP. A Duda é a única pessoa com quem eu me importo, e eu vou fazer de tudo para protegê-la. Então, eu quero que o JP se ferre.

Assim que ela saiu do meu quarto, na sala, o JP estava lá deitado.

PEIXINHO: Quero bater um papo contigo.

JP: Não dá para deixar esse "papo" para amanhã?

PEIXINHO: Só vim te avisar que amanhã vou me mudar com a Duda.

JP: Vocês não vão para lugar nenhum.

PEIXINHO: Nós vamos sim. - Ele sentou no sofá e colocou a mão no rosto.

JP: Ela corre risco de vida. - Olhei para ele sem entender.

JP: Tem um filho da mãe atrás da Eduarda, e é por isso que não posso deixar ela sair dessa casa.

PEIXINHO: Não tenta me enganar, JP. - Ele ficou um tempão olhando para mim até que começou a contar a história da Eduarda.

PEIXINHO: Que porra você está falando? Você sequestrou a Eduarda - falei com ódio.

JP: Quase isso.

PEIXINHO: E o avô dela concordou com isso?

JP: É tudo pelo bem dela.

PEIXINHO: Vocês estão fazendo ela sofrer à toa, porra. Fique sabendo que irei contar tudo para ela, tudo.

JP: Eu confiei em você, Peixinho, então, por favor, não me decepcione. E isso não é por mim, mas pelo bem dela. - Vai tomar no cu, não sei se vou conseguir aguardar esse segredo.

Depois de conversar com JP, fui dormir um pouco.

(...)

Estou aqui me arrumando para ir naquela porra de escola. Se fosse por mim, não pisava naquela merda.

PEIXINHO: Pra que ir pra escola, se tenho certeza que vou ser bandido?

JP: Vai ser um bando inteligente pelo menos - vi que Duda segurou uma risada.

PEIXINHO: Bem engraçadinho - falei saindo de casa.

Assim que cheguei na escola, já fui sentar no fundo, onde ninguém me nota.

Na verdade, desde que entrei nessa escola, tem uma garota que não sai do meu pé, garota chata pra caramba.

CAROL: Oi, Junii - falou do diabo.

PEIXINHO: Já falei que meu nome é Peixinho - ela riu.

CAROL: Pensei que não ia vir hoje...

PEIXINHO: Pensou errado, agora vai para o seu lugar e me deixa em paz.

CAROL: Estou indo só porque minhas amigas chegaram - piscou e saiu. Não vou mentir, linda dos pés à cabeça.

Estou escutando a professora falando, mas não estou entendendo merda nenhuma.

Assim que a aula acabou, estava quase saindo da sala quando um idiota mexeu comigo.

XX: Foi a vó dele mesmo que morreu, agora ele está morando com mina  gostosa - os caras riram.

PEIXINHO: Que porcaria você falou aí, seu idiota? - cheguei empurrando, ele ficou me olhando assustado.

XX: Foi mal, po, eu não quis ofender não - dei um soco nele. O povo da sala começou a gritar.

CAROL: Mano, o que você está fazendo? - me empurrou.

PEIXINHO: Não é da sua conta - saí daquela porcaria.

Assim que saí da escola, entrei no beco onde os caras estavam vendendo drogas.

PEIXINHO: Quero uma maconha - um deles olhou para mim - qual foi, depois eu pago. - quando ele ia me passar a maconha, o JP aparece.

JP: Que porra é essa?

PEIXINHO: Agora nem maconha eu posso fumar.

JP: É. Fala isso para Eduarda. Se eu ver um de vocês vender qualquer tipo de droga para o Peixinho, vocês estarão fudidos.

A SEQUESTRADA (MORRO)Where stories live. Discover now