Métamorphose

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Fez-se mar, e em mim arrebentou suas ondas.
Incapaz de surfar neste revolto mar, senti-me como peixe que não sabe nadar.

Fez-se cidade, e ergueu diante de mim muralhas e pesados portões, suas ruas labirintos me impossibilitaram de chegar ao meu destino, o palco de espetáculos, seu coração.

Fez-se montanha, e me fez trilhar trilhas que me levavam a destinos e abismos, adentrei cavernas do seu entendimento que me levaram ao seu lado desconhecido.

Fez-se céu, e me transportou para um estado de paz, prazer e felicidade, porém logo cortou-me as asas que me dera. Caindo da sua vastidão de nuances, fez-se eu turbilhão de pensamentos indo de encontro com um chão de lamento, penúria, dor e desilusão.

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