Avantesma

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As estruturas da minha alma foram abaladas pelas tuas palavras ríspidas e causticantes,
Como uma espada afiada de dois gumes, rasgou-me o espírito e a mente com golpes cortantes.

Um tremor cataclísmico fez ruir até mesmo os alicerces do universo, em demasiado pânico as estrelas agachavam-se de medo, as galáxias tremiam de pavor.

A lua escondeu-se, atormentada
O sol, clamava piedade
As nuvens, dispersaram-se na abóboda celeste
O vento, se reteve a soprar
Os aromas, em frenesi se extinguiam
Forçosamente os sabores eram dados como mortos
O orbe azul-esverdeado que abriga a vida, estava a padecer

Morreu-se a morte
Matou-se a vida
Sucumbiram o homem e suas criações, prédios, carros, castelos e avenidas
Não sobrou nem sequer uma delas
Tudo tornara-se um montão de ruínas

Neste abominável dia
Até a ultima que morre morreu
Em última instância até a esperança padeceu
O efeito corrosivo devorou à tudo e à todos, não sobrará molécula sobre molécula
Somente a fantasmagoria permanecerá

Me desperto, foi um pesadelo
Jamais espero tê-lo outra vez
Pois este foi o quadro catastrófico pintado pela minha efervescente mente, aterrorizada Absolutamente assombrada
com o dia em que quase vim a perder-te.

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