Capítulo VIII - Segunda

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Acordo extremamente estressada essa manhã, meu despertador não tocou e acabo me atrasando para a aula, justo a do professor o qual eu precisava impressionar, se eu perdesse minha vaga na exposição por isso, não iria me perdoar. E para completar, a única coisa que fiz depois de me arrumar apressadamente foi tomar duas canecas de café, o que me deixou ainda mais agitada. Ao final da aula, Professor Alderson diz que não tem problema eu ter me atrasado, porém avisa para eu tomar cuidado para não haver próximas vezes. Meu corpo automaticamente fica tenso e concordo veemente com a cabeça e então acertamos os detalhes para a exposição, que acontecerá no dia seguinte às dez horas da manhã. O homem diz que havia gostado da minha fotografia devido a iluminação natural e que tenho talento, no entanto eu deveria me atentar mais sobre as linhas verticais. Concordo novamente e agradeço a oportunidade, deixando a sala. Entretanto, suas palavras não saem da minha cabeça e meu nível de paranoia estava tão alto que começo a pedir às pessoas com quem encontro no caminho para tirar fotos dela para testar minhas habilidades. O resultado não foi como eu esperava, todavia, eu tinha a entediante aula de Imagem, Cultura e Sociedade e não poderia faltar, pois já havia feito muito isso durante o semestre.

Revivo minha infância desenhando coisas aleatórias no paint enquanto o professor Stark faz seu discurso chato sobre como a Fotografia é importante para o nosso desenvolvimento como indivíduos e sociedade e blábláblá.

Levo o olhar para o relógio, constatando que ainda restam uma hora e meia de aula ouvindo a voz irritante daquele homem e bufo, deitando meu corpo sobre a mesa.

— Puta que pariu!

Subitamente a voz que vinha da frente da sala cessa e um silêncio enorme se faz presente dentro do recinto. Estranhando o ocorrido, levanto minha cabeça e encontro todos me olhando surpresos ou com sorriso divertido nos lábios. Olho para o professor e ele me lança um olhar furioso.

Merda, eu disse em voz alta!?

— Senhorita Fletcher, eu estou atrapalhando você? — Stark questiona.

Caralho, eu disse em voz alta!

Endireito minha postura na cadeira e limpo a garganta em um pigarro.

— Não, de maneira alguma! Eu apenas estava pensando... Alto... — defendo-me e algumas pessoas riem. — Desculpe-me, pode continuar a aula!

— Continuarei, sim, porém a senhorita irá "pensar alto" no OSC*! — ele vocifera e meus olhos se sobressaltam.

— Não precisa, não vou dizer mais nada!

— Não pedirei outra vez, Senhorita Fletcher! Saia da minha sala, agora!

— Foda-se essa merda! — grito, irritada.

Levanto-me, recolhendo meus pertences e deixando a sala à pisadas firmes. Sigo em direção ao corredor leste, onde sabia que Finn estava tendo aula de Teatro Americano.

Se for para ir ao escritóriodo OSC mais uma vez, que seja por um bom motivo!

Escancaro a porta larga de madeira e o barulho de sua abertura chama a atenção dos presentes no recinto.

— Com licença, professora Andrews? — peço, no entanto não espero a resposta da mulher e adentro o cômodo, caminhando até a mesa do ruivo.

Estaciono de frente para Finn e ele me fita com uma sobrancelha arqueada, porém com os cantos dos lábios curvados em um sorriso, sabendo exatamente o motivo de eu estar ali. Largo minha bolsa no chão e me sento sobre a mesa, ignorando um grito de repreensão da professora, e afasto a cadeira do ruivo com os pés. Abro as pernas e posiciono-as uma em cada lado do tronco do garoto, sentando em seu colo e sem demora seguro ambos os lados de seu rosto e grudo meus lábios aos deles.

The F Word (Concluída)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora