Chapter 14 Insuficiente e incompleto... Eu não sirvo para você

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Chapter 14 Insuficiente e incompleto... Eu não sirvo para você

Não tão rápido, não tão simples.

Claro que não poderia ser.

Porque o coração e a mente de Mu Qing não conseguiam encontrar um consenso.

Ele estava inquieto, apaixonado pelo instante, mas censurando-se enquanto vivia o momento que causava-lhe paixão.

Mu Qing estava por um lado deslumbrado com a sensação de dividir o mesmo espaço na cama de um jeito tão íntimo, fascinado com as menores trocas de carícias, sem nunca ter imaginado que alguém poderia desejar seu corpo com tamanho ímpeto ou mesmo ter em vida momentos carregados com tanto erotismo.

Mais arrebatado ainda pelo fato de que a pessoa ao seu lado, envolvida por seus braços, encaixado sensualmente contra seu corpo fosse Feng Xin.

Num dado instante em que se beijavam com seus corpos de lado na cama, sua mão empurrou Feng Xin pelo peitoral, ainda que tivessem suas pernas se confundindo de tão emaranhadas. O que causou o gesto que apartou-os do beijo foi sentir a mão de Feng Xin tocando o meio de suas pernas, os dedos mornos tocando seu membro dentro da calça. Sua mão o empurrou quase dois segundos depois, embora o empurrão não fosse o suficiente forte para machucar ou derruba-lo da cama.

Mas, apenas para separa-los... O que já parecia o suficiente ruim.

Os dois tinham seus cabelos presos bagunçados, o hanfu de Feng Xin aberto e o hanfu vestido por Mu Qing deslizava por seus ombros, torto em seu corpo quente.

Olharam-se ainda com a sensação consistente do beijo em seus lábios, fazendo se sentir até o céu da boca e Feng Xin tinha uma sincera e quase exasperada interrogação no olhar.

— É melhor não irmos mais longe do que isso... — Mu Qing mordeu o próprio lábio, mirando-se fixo na face de Feng Xin.

A mão que o tinha empurrado ainda estava espalmada em seu peitoral, Feng Xin ainda o abraçava pelo quadril mesmo depois do gesto repleto de contradição. Seus olhares buscavam-se envoltos em um clima amoroso, mas os ombros de Mu Qing recuavam sutilmente para a outra direção.

Evidente que Feng Xin sentia-se contrariado, mas sem soltar Mu Qing do seu abraço, resolveu usar um tom tão sério e comedido quanto o dele.

— Horas mais cedo fomos mais longe... Por que agora não?

— Porque é estranho... Não consigo aceitar tudo tão depressa como você.

E tendo o dito, Mu Qing se virou na cama, ainda estava de lado e agora encarando a parede e o resto da mobília do quarto. Não parecia uma resposta típica dele, tão ausente de raiva e de ironia.

Feng Xin crispou o rosto, sendo atingido por algo que estalava dentro de si feito um tapa... Mas, o que mais o estarrecia era se sentir magoado por Mu Qing lhe dar as costas mesmo quando estavam na cama dele.

Ele subiu o próprio corpo sobre um travesseiro e se apoiou com o cotovelo para poder ao menos observa-lo de perfil.

— O que há com você? — Feng Xin tocou-lhe de leve o ombro seminu, a pele dele tão branca, passando um ar frio e ainda assim delicado. — Sei que está excitado como eu, desde quando você se tornou tão emocional? Não sei bem como reagir quando você mostra esse lado.

Mu Qing o buscou imóvel, meramente de soslaio, tendo uma expressão inflexível e desdenhosa na tez.

— "Emocional" seu rabo!... Estou sendo racional... Isso sim. Ao menos, estou tentando pensar com a cabeça certa! Você aí parece que só age segundo a cabeça de baixo.

— Desde que você encarou esse espelho, tem sido tudo... Menos racional! Pensa que eu não reparei naquele dia em que estávamos no sudeste? Toquei suas mãos acidentalmente e seu rosto ficou carmesim! Você já estava sob influência das verdades do espelho, não é? Tendo pensamentos indecentes enquanto olhava para mim.

Mu Qing suspirou, tornando a encarar a parede. Algo entorpecido pelos próprios pensamentos e estranhando a si mesmo pela ausência de raiva, a falta de gana em levar a discussão até as últimas consequências.

— Não vai nem rebater o que eu acabei de dizer? — Feng Xin inquiriu, algo perplexo.

— O que você quer que eu diga? Pior você que nem precisou do espelho para ter pensamentos indecentes comigo... Quando você começou com isso, a propósito?

No primeiro instante, Feng Xin ficou quieto... Observando o perfil de Mu Qing frio e distante e ainda sim, tão bonito. Sua mão desceu um pouco mais o hanfu, sentindo-lhe a pele.

— Foi o espelho. — Feng Xin admitiu num tom cavo. — Ele disse... Que achei uma gracinha ver você corar de vergonha.

A confissão baixa fez Mu Qing virar um pouco o rosto, mirar-se em Feng Xin como se estivesse xingando-o de um modo muito feio em pensamento.

No entanto, Feng Xin nem ligou. Apertou um lábio no outro e acabou cochichando:

— Posso soltar seu cabelo?

— Você tem alguma porra de fetiche com o meu cabelo?

— Tanto quanto você tem com a minhas costas.

Os dois trocaram olhares brevemente, Mu Qing virou algo contrafeito o rosto, o olhar fulguroso de Feng Xin era pura provocação.

— Se quer tanto... Pode soltar. — Sua voz soando com manhosa má vontade.

Feng Xin soltou o prendedor confeccionado em metal e madeira, perscrutando o cabelo longo a se esparramar com doçura, tocando sem pressa alguma madeixa que atravessa a palma de sua mão.

— Mu Qing... Não vai nem tentar dizer o que tanto você pensa enquanto encara a parede?

— Isso é irritante, sério. Por que você não pode simplesmente sossegar e ficar abraçado comigo aqui na cama?

— Então, não vai me mandar embora mais uma vez? Pensei que fosse, quando me empurrou durante o beijo.

— Agora é você que está pensando demais. — Mu Qing resmungou em tom de censura, fechando os olhos. — Eu não me importo se quiser dormir aqui... Mas, arranco seu saco se tentar alguma gracinha.

Não estava levando a ameaça a sério, por isso Feng Xin riu baixinho antes de se ajeitar na cama ao lado de Mu Qing, seus corpos em posição de concha enquanto seu braço envolvia e trazia Mu Qing mais perto do seu corpo.

Os dois recaíram em silêncio, mas Feng Xin ainda estava preso no momento anterior.

Preso aos beijos, as carícias, os gemidos de Mu Qing ainda ressoavam em sua mente.

Em razão disso, era impossível dormir. Impossível fechar os olhos e ignorar que estavam tão perto um do outro, a centelha de excitação ainda pulsava em seu ser.

Por mais que tentasse pensar, não atingia a compreensão a cerca do que andava a passar na cabeça de Mu Qing.

Por que não podiam ir em frente com as carícias se antes ele estava tão entregue a elas?

E se era mais do que comprovado que um gostava do outro a ponto de desenvolver um desejo tão selvagem... Que sentido podia haver em renegar tudo isso?

Feng Xin encostou de leve seus lábios na nuca de Mu Qing, decidido a tentar resolver, a desvendar tudo que ele guardava tão resoluto para si mesmo... Essas possíveis dúvidas e medos que afastavam os dois.

 Essas possíveis dúvidas e medos que afastavam os dois

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Mu Qing e  Feng Xin (Um amor renegado 800 vezes)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora