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JASMINE FREIRE

Tentei não perder minha paciência com o hesito do meu irmão, assim que a textura do algodão, misturado com medicamento, tocou em sua pela graças a mim.

— Isso que dá se envolver em brigas... — indaguei, levantando seu queixo com meus dedos, para ter uma melhor visão do corte na parte superior do lábio.

— Foi ele quem começou!

— E você quis terminar de uma maneira nada precisa!

Sua resposta foi a lufada de ar pesada. E a minha, novamente, um leve aperto contra a área em sua pele machucada fazendo-o resmungar.

Graças a Deus, só os seus lábios e sobrancelhas foram atingidos. Por conta de uma discussão para ter um mísero brinquedo, meu irmão e alguns de seus amigos acabaram brigando por um bem material.

Terminando, higienizei minhas mãos enquanto o garoto descia da pia da pequena cozinha do mercadinho. Joguei fora os materiais utilizados sem ter mais a necessidade de utilizá-los.

A figura de Fred bloqueando nossa saída foi o que nos fez parar.

— Vocês já vão?

— É melhor... — aproximei o menino o máximo que pude de mim — Até logo...

— Jasmine — chamou-me quase numa súplica.

— Sim?

— Se quiser, posso te levar no hospital... — murmurou.

— Obrigada, mas — olhei para meu irmão e depois para ele. Eu estava cansada demais, com a minha cabeça cheia demais. — Tenho que ir pra casa — informei, duramente — Até logo — dei de ombros para sua despedida, focando na necessidade de ir embora o mais rápido que eu pudesse.

Mesmo que, o que tinha acontecido com meu irmão me deixasse preocupada, Patrick não saía da minha mente de alguma forma...

Será a minha preocupação extrema? Com certeza era. Sempre tive a boa habilidade de sentir tudo o que acontecia ao meu redor, e me afetar de alguma forma.

Benjamin foi diretamente para o quarto sem falar nada. Não quis ir atrás para não acabarmos tendo uma discussão em nossa chegada. O silêncio foi meu maior companheiro naquele momento.

FREDERICO FONTENELLE

Com minhas mãos fixas nas rédeas que levava o cavalo, andei pela estrada de terra sentindo o sol esquentar minhas costas. Dei boa tarde para os que passaram perto de mim e assim que cheguei no lago próximo a casa de Jasmine, o qual eu passamos grande parte da nossa infância, prendi a corda do cavalo em um dos galhos que aparentava estar fortes. Me afastei deixando-o comer alguns capins e beber água em seu tempo. Me sentei sobre a terra pondo meus cotovelos por cima dos meus joelhos e olhos fixos no céu.

Uma pequena saudade da minha viagem ao Brasil inundou minha mente me fazendo relembrar dos bons momentos que pude compartilhar ao lado das mulheres as quais mais amo, minha mãe e irmã. O sol quente, pessoas com seus sotaques, risadas e formas que os vendedores se comunicavam. Essa pequena parte do país tropical me herdaram boas recordações. Mas eu sabia que independentemente do lugar em que eu viajasse ou visitasse, a pequena Carta-véu era a minha terra materna e sempre ocuparia um lugar especial em meu coração. Muitos exaltam Percy, de fato é um lugar ótimo para pessoas de alto nível, mas, nada se compara com um lugar calmo e repleto de paz.

Assim que terminei com o cavalo, quis visitar minha amiga que não estava tão longe. Mas pensei melhor, e deixei essa vontade de lado. Chegando na fazenda de seu Joan, deixei o cavalo no estábulo enquanto me dirigia para a picape esverdeada com as mercadorias que minha irmã havia me pedido. Depois de minutos consegui finalmente chegar no centro de Doce Sorriso. Fui até a venda de Margarida e pus as três caixas no balcão tomando cuidado para que não fizessem tanto barulho.

A Verdadeira Felicidade | Livro IWhere stories live. Discover now