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Jasmine Freire

Acariciando os cabelos do homem que dormia tranquilamente sobre o colchão, suspirei fundo.
Por boa parte da tarde, ele havia permanecido calado, não fiz a mínima idéia do que vinha passando em sua mente... Não quis puxar muitos assuntos para acabar não sendo invasiva, era bom que refletisse o máximo que pudesse sem ser atrapalhado. Porém, eu temia que acabasse pensando coisas que não devia.

Eu queria protegê-lo e fazer de tudo que estivesse ao meu alcance. Me sentia como uma mãe que está cuidado de sua criança, fornecendo o máximo de proteção, e era isso mesmo que eu queira fazer. Não sabia o que estava por vir, mas eu confiava naquele em que havia me enviado. Mesmo não participando do passado de Ângelo, e ele do meu, era como se já estivéssemos nos conhecido a tanto tempo... Nossa conexão, a forma em que nos aproximamos... Se eu parasse para pensar, ficaria a maioria do tempo assim. Ângelo já está ganhando um espaço em meu peito, na verdade, desde a primeira vez que o vi em sonho, já pude sentir algo, mas, aquela sensação só estava aumentando...

Parei minha tentativa de me levantar, assim que a mão de Ângelo alcançou meu pulso.

— Não me deixe, por favor... — da maneira que pediu, parecia delirar.

— Eu não vou fazer isso, eu não vou...

Voltei a me aproximar, a cada segundo que se passava mais o meu medo aumentava. Com a ajuda de Deus, consegui acalmá-lo e ele despertou, ficamos olhando um ao outro por um longo tempo.

Não bastou suas palavras soarem para que eu entendesse o que queria me dizer...

PATRCIK VITELLO

Ainda com minha mente distante, e ainda na empresa, decidi ir no último andar. Dei uma rápida olhada e pude vê que a quantidade de pessoas —  eram poucas, em um alguns lugares envés de mesas, haviam grandes balcões com instrumentos e objetos encima. Me senti velho em comparação a idade e características dos jovens que andavam pelo lugar.

Indo para os fundos e depois de vê tantas portas, dei dois toques em uma de madeira. A voz de meu amigo ecoou e finalmente pude abrir. Ele estava de costas com suas mãos tocando algo encima do balcão, dei uma revisada verificando melhor o lugar. Tinha três sofás, um ficava ao lado da porta. Geladeira, mesa para comer algumas refeições, banheiro, equipamentos e diversas prateleiras com qualquer tipo de aparelho que alguém podia imaginar.

— Como vai, Patrick?

— Bem, e você? — perguntei me aproximando com as mãos na cintura.

— Maravilha — olhou-me, os óculos de proteção cobriam seus olhos castanhos — Você não parece...

— Coisas da vida. Enfim, como está indo?

— Bom — suspirou — Nesse momento, estou começando a copiar e comparar os tipos de peças parecidos com o que Ângelo criou.

— Ainda?

— Não é tão fácil quanto imagina.

— Imaginamos — o corrigi.

— Você entendeu o que quis entender — resmungou.

— Bom, venho pensando um pouco e acho que não seria bom você continuar trabalhando em secreto aqui na empresa, e principalmente neste andar.

— Finalmente quis chegar ao ponto que eu queria!

— Hmm — sorri satisfeito.

— Mas eu não sei onde ficarei.

— Não se preocupe, eu já tenho um lugar separado e adequado para você.

— Ótimo. Mas, me diga uma coisa, o que te fez pensar nisso?

A Verdadeira Felicidade | Livro IOnde as histórias ganham vida. Descobre agora