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Jasmine Freire

Em meio a tantas lágrimas, finalmente pedi para que Deus me desse a resposta e me fizesse compreender. Naquele exato momento, meu coração ganhou um ritmo que mau consegui acompanhar. Minhas pernas amoleceram e minha respiração saia breve de meus lábios e narinas. Cerrei uma de minhas mãos olhando para baixo assim que uma claridade tomou minha visão.

Um branco esplêndido tomou o quarto assim como minha atenção. Mesmo com medo, abri meus olhos, naquele mesmo instante me vi em um lugar totalmente desconhecido. Fazia frio e o breu estava espalhado por cada canto. Pela tecido em meus joelhos, identifiquei que estava usando um vestido. Meu corpo começou a tremer e eu a temer, alisei meu braço esquerdo na esperança de ter mais contato comigo mesma. Algo me atraiu para frente, deixei meus questionamentos de lado e dei alguns passos. A cada passo meu coração pulsava em meu peito.

Um luz estalou no alto alcançando o meio do caminho, me dando uma melhor visão. Naquele instante uma paz me sondou e tive uma coragem imensa de prosseguir, cautelosamente o fiz.

O som de algo que se mechendo no chão me fez hesitar e parar, franzi o cenho e continuei. Logo o som de correntes alcançaram meus ouvidos me trazendo uma preocupação imensa.

Meus lábios começaram a tremer e minhas mãos a soarem.

— Me, ajude... Eu imploro. — suplicou.

Minha atenção voltou-se totalmente para aquele que estava deitado com seus braços e pernas presos por correntes longas e escuras, suas vestes estavam rasgadas e sua pele machucada. Quando nossos olhos se encontraram meu estômago se apertou junto com meu peito. Era Ângelo. Era ele. Corri em sua direção mas foi inútil, meu corpo não me correspondeu e parei de forma brusca.

“ — Ele tem que libertar a si próprio, antes de receber qualquer outra ajuda” estremeci com a voz que soou ao meu lado.

— Quando poderei ajudá-lo, Pai? — perguntei. O misto de emoções em meu peito afogava minha alma.

“ — O tempo certo chegará, e quando chegar, você saberá o que fazer” arfei com seu anunciado. Minhas lágrimas caíram sem eu detê-las.

Quando isso aconteceria? Como eu agiria? Como o ajudaria de verdade?

“ — Não temas, Eu serei contigo.” uma mão foi posta em meu ombro enquanto permaneci cabisbaixa.

Eu queria poder ir até ele, mas eu não podia...

Em prantos, voltei para meu estado de antes, abri meus olhos ainda trêmula e com meu coração envolvido pela presença de Deus. Passei meus dedos por debaixo do meu nariz me permitindo chorar mais uma vez. A alma daquele que vi estava totalmente desolada, petrificada...

Eu chorava tanto que nem notei quando meu irmãozinho chegou. Seus bracinhos envolveram meus ombros e pus minha cabeça em seu ombro

Ben era meu segundo porto seguro, em tudo e em todos os momentos...

Patrick Vitello

Mesmo que meu corpo implorasse para que eu voltasse para a cama, recusei essa idéia de imediato, eu tinha que viajar o mais cedo possível. Terminado de por meu casaco, dei um beijo do rosto dos meus meninos e um curto abraço nos dois — acabaram despertando com meu movimento mas pelas expressões em seus rostos, voltariam a dormir em pouco tempo.

Fechando a porta do cômodo, apertei minha mão envolta da maleta prosseguindo meu caminho. Pelas nuvens que eu podia vê, olhando para a direita, não demoraria para um temporal cair novamente. Agradeci a mim mesmo por ter optado por uma camisa de mangas longas e gola alta, calça social de listras escuras, e sapatos sociais, o frio não me afetaria tanto. Descendo as escadas, pude sentir, a cada passo dado por mim, meu perfume impregnado em minhas vestimentas — de fato tinha exagerado.
Olhei para à esquerda e pude ver meu pai e tio caminhando em minha direção sem me olhar. Papai trajava suas roupas sociais, como sempre, apenas sua gravata laranja me deixou intrigado, ele não gosta muito de cores quentes. Já meu tio, com roupas leves — eu tinha certeza que no porta malas estava um de seus conjuntos sociais.

A Verdadeira Felicidade | Livro IΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα