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NORA VITELLO

Terminado o meu desjejum, segui em direção a cozinha, e aos poucos fui ajudando Ilda a levar a louça até o cômodo. Lavei alguns talheres e mesmo com seu pedido de negação, o fiz.

Enquanto as crianças se divertiam, no quarto o qual foi separados para elas brincarem, não deixei de reparar no pequeno Benjamim. Era bem calado e se tornava um pouco mais comunicativo quando sua irmã estava por perto.

Caminhei lentamente até ele me sentando ao seu lado em seguida. Meu neto tentava ensinar a sua irmã jogar com o controle enquanto Oliver tocava os diversos brinquedos ao seu redor, por um momento mirei minha atenção para a varanda tendo a visão da boa iluminação fornecida pelo sol.

— Está bem? — sondei, o garoto deu-me um sorriso fraco como resposta. — Por quê não brinca com os outros? Seria divertido.

— Não não, obrigada — murmurou.

— Olha, você pode até brincar com o Benício... — naquele mesmo instante o garoto ruivo olhou-nos e deu um sorriso, por ser uma criança esperta não gosta de forçar alguém a brincar ou conversar com ele.

— Eu já disse que não, Nora. — suspirou — Não quero incomodar.

— Não vai ser incômodo nenhum! Vem logo! — respondeu meu neto entusiasmado — Se eu for esperar Mariana, ficarei o dia inteiro aqui. — a menininha mostrou a língua e a repreendi no mesmo instante.

— Tá, se você diz... — disse o menino enquanto deslizava seu corpo para fora do sofá.

O observei indo em direção a dupla, não perdi tempo e fui até meu pequeno neto. Não gostava que ficasse sozinho mesmo sendo um bebê que não gostava de dividir seus brinquedos — eu tentaria me divertir com ele.

Algumas horas se passaram, e assim que Ilda pediu para descermos porque o almoço já estava pronto, chamei as crianças para irem comigo. Descemos às escadas de uma só vez, os dois irmãos iam na frente, Benjamim do meu lado esquerdo assim como Oliver que estava pendurada em minha cintura.

— A Jasmine não vai almoçar com a gente, de novo? — perguntou quando estávamos perto de livrar-nos da escada.

— Não mas, ela levou algo para comer, disso eu não tenho dúvida.

Por um instante, vi a expressão de aborrecimento em sua face, tentei decifrar o que se passava em sua mente, mas, como não é um livro aberto como meus netos, foi impossível.

Surpreendi-me ao vê que somente Isabella estavam à mesa, não deixei de perguntar sobre os outros enquanto colocava Oliver sobre sua cadeirinha.

— Me disseram que não virão, hoje será bem pesado e optaram por comer lá mesmo.

— Entendi... — suspirei — Tomara que venham pelo menos, para o jantar.

— É... — voltou a mastigar.

Naqueles dias, eu vinha estranhado o comportamento da minha filha, eu sabia que era uma adolescente e toda adolescente tem essa fase. A fase que os deixa bem afastados de nós. Por um momento parei e pensei sobre meu relacionamento com Isa. A amo com todas as minhas forças, isso era um fato. No entanto, queria saber o muro que nos afastava, me vinha até o pensamento que sua irmã era a sua mãe de verdade — mesmo sendo que foi ela que gerou em meu útero, não no de Valentina.

— Você sabe que horas Jasmine vai chegar? — questionou. Terminando de por o suco para às crianças, junto com a comida, me sentei e comecei a por o meu e responde-la.

— Não, mas acho que não vai demorar...

— Ela virá antes de escurecer?

— Provavelmente.

A Verdadeira Felicidade | Livro IOnde as histórias ganham vida. Descobre agora