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EDGAR VITELLO

Desci as escadas o mais rápido que pude ido em direção a sala de refeições, me surpreendi por ver apenas Jasmine e Valentina tomando café. Minha sobrinha não era tão sociável e, para mim, vê-la conversando com mais alguém que não fosse da família, era algo novo.

— Bom dia, meninas. 

— Bom dia — responderam, juntas.

— Dormiram bem? — questionei enquanto me sentava sobre uma das cadeiras, já escolhendo do que iria me alimentar.

— É, eu dormi. — respondeu a mulher de cabelos negros.

— E você, dormiu?

— Eu? — questiona Jasmine. Pelo visto estava mais inerte do que nós — É, sim... — pigarreou

— Ah, eu nem tive tempo de te perguntar. Como foi ontem, com Ângelo? Podemos criar ao menos esperança?

O sorriso em seu rosto me fez ter a certeza que gostou de minha pessoa, não gosto muito de prestar atenção em seus traços e comportamento — facilmente me apaixonaria então...

— Isso é o que vocês não devem perder... — aconselhou-nos.

— Mine, vamos na biblioteca? — perguntou Valentina.

— Vocês tem uma biblioteca? — o brilho nas pupilas contornadas por um verde único brilhou de uma forma exuberante.

— Só não tem uma quadra de futebol porque Otto não quis — comentei, elas riram junto comigo.

— Se você quiser, podemos ir agora... — sugeriu minha sobrinha.

— Ah sim, vamos... — elas se levantaram juntas, quem via pensava que eram melhores amigas.

— Até mais tarde, tio.

— Até, pirralha. — falei e as vi se afastarem, a imagem do meu filho, vinda da cozinha usando pijama, me assustou, não pelas vestimentas mas imagem por sua presença inesperada. — Onde é que você estava?

— Academia... — informou com a voz arrastada e rouca. — Acabei dormindo lá... Os colchonetes ó — fez um sinal de “Ok” com os dedos de sua mão direita enquanto seu olho esquerdo permaneceu fechado — São de uma ótima qualidade.

— Tomara que você tenha dormido mesmo. — dei de ombros — Hoje o dia vai ser cheio, teremos de ir pro escritório do Otto e ajudar em alguns assuntos — o homem loiro revirou os olhos enquanto se aproximava — Daqui a pouco a cabeça do velho vai explodir!

— Que velho? — questiona Otto enquanto atravessava a porta. Ao contrário de nós, estava de banho tomado e já com roupas para o trabalho, pela primeira vez o vi sem o terno pela manhã, sua blusa de mangas longas escuras caíram perfeitamente com a calça social cinza. — É melhor vocês se apressarem, odeio gente lerda.

— Eu nem tomei café, tio — conta Patrick.

— Não tem problema, você compra no meio do caminho. Eu mesmo não vou tomar aqui, quanto mais cedo chegarmos, mais cedo sairemos — piscou — vinte e cinco minutos vocês tem.

— O QUÊ?!

— Desde agora. Vou contar um, dois, três...

Toda a sua fala foi o combustível para sairmos, Otto sempre fazia essas brincadeiras e como boas pessoas, fazíamos nossa parte nos divertindo.

Amava meu cunhado pelo simples fato de ser ele.

JASMINE FREIRE

A biblioteca da casa era tão enorme que me deixou zonza a cada olhada. Eram tantos livros que ficava até difícil de escolher. Foi até surpreendente vê que Ângelo tinha ma prateleira só para ele, obviamente não me interessei muito pois todos os livros que continha cada prateleira era sobre; linguagem corporal, auto-controle. E principalmente, como ir bem nos negócios. Eram tantos livros de linguas diferentes que o suporte, se não fosse reformado logo, quebraria ao meio em pouco tempo.

A Verdadeira Felicidade | Livro IWhere stories live. Discover now